A Suprema Corte do Reino Unido emitiu uma ordem na sexta-feira (13) que obriga a Binance a identificar e congelar a conta de hackers responsáveis por um desvio de US$ 2,6 milhões que aconteceu dentro da plataforma em 6 de junho.
De acordo com a Reuters, um juiz acatou o pedido da empresa de inteligência artificial Fetch.ai, que alega que suas criptomoedas foram roubadas direto da conta da corretora e revendidas por um preço “significativamente menor” na hora seguinte ao ataque.
O advogado que representa a Fetch.ai, Syedur Rahman, disse que a exchange avisou sobre a atividade incomum daquele dia e foi capaz de congelar parte dos ativos.
A empresa agora deverá provar que sua conta foi hackeada antes de solicitar uma ordem de recuperação e retirar os fundos.
“Precisamos dissipar o mito de que criptomoedas são anônimas. A realidade é que, com as regras e aplicativos corretos, elas podem ser monitoradas, rastreadas e recuperadas”, disse Rahman à Reuters.
Binance vs Reino Unido
Um porta-voz da exchange, que hoje é a maior do mundo em volume de negociações, disse que a plataforma vai cumprir com a ordem da Suprema Corte e ajudar na recuperação dos ativos:
“A Binance congela rotineiramente as contas que são identificadas com atividades suspeitas de acordo com nossas políticas de segurança e compromisso de garantir que os usuários estejam protegidos”.
Embora a ordem não envolva diretamente uma atuação indevida da exchange, o caso acentua a tensão que já existe entre a plataforma e os reguladores de diferentes países, principalmente do Reino Unido.
No final de junho, a Autoridade de Conduta Financeira (FCA) proibiu a Binance Markets Limited (BML) de atuar na região por não possuir o registro que se tornou obrigatório desde o início do ano. As autoridades também ordenaram que a exchange parasse de anunciar e coletar dados de usuários do Reino Unido.
Além dos reguladores, outras instituições financeiras também tornaram a operação da Binance mais complicada na região, deixando de processar pagamentos para a plataforma. Já grandes bancos como Santander, Barclays e HSBC passaram a impedir que seus clientes transferissem dinheiro para a corretora, seguindo as recomendações da FCA.