O falecido filósofo Olavo de Carvalho está sendo usado como isca de hackers que criaram um jogo para roubar o poder computacional de outras pessoas e minerar criptomoedas na surdina.
“Olavooo” é um jogo simples de palavras cruzadas e que se inspira em títulos como Wordle e Termooo, jogos que se tornaram febres no Twitter onde usuários compartilham suas pontuações.
O jogo do Olavo, no entanto, é prejudicial para as máquinas dos jogadores. O usuário do Twitter Eduardo Henrique foi o primeiro a revelar o problema na quarta-feira (02).
“Só uma dica pro pessoal que está jogando o Olavooo…Tem um minerador de criptomoedas embutido no código da página, viu? Deixa a página aberta por uns 2~3 minutos que o cooler vai atuar pra resfriar a máquina e o CPU no gerenciador de tarefas vai estar em 100% também”, alertou.
Ele também compartilhou screenshots para comprovar sua denúncia, inclusive de linhas de código na página do jogo que mostram um minerador de criptomoedas rodando de forma escondida.
Também foi possível identificar o impacto que o jogo fraudulento tem na máquina do jogador. À medida que o jogo começa a sugar o poder de processamento da CPU do usuário para minerar criptomoedas, a máquina começa a esquentar e ficar lenta.
O jogo começou a circular na segunda-feira (28), quando o domínio foi registrado por um usuário anônimo. Conforme mostrou no Twitter o usuário @Eduhst, o jogo está hospedado no Heroku, uma empresa da fornecedora de softwares Salesforce.
Olavooo está minerando Monero
De acordo com o portal Tecnoblog, o jogo Olavooo está usando o poder computacional dos jogadores para minerar Monero (XMR), uma criptomoeda famosa pela privacidade que proporciona ao seu detentor.
Conforme uma inspeção do código da página feita pelo veículo, o site está vinculado a um pool de mineração, onde pessoas ao redor do mundo combinam o poder de suas máquinas para minerar uma determinada criptomoeda.
No entanto, há muitos serviços fraudulentos que utilizam do computador de outras pessoas para essa atividade, num golpe chamado de “cryptojacking”.
No cryptojacking, um vírus infecta uma máquina para minerar criptomoedas sem o consentimento do usuário, direcionando o lucro da mineração para a carteira do hacker.
No ano passado, o Avast mostrou que um vírus desta categoria chamado Cracknosh, infectou computadores de mais de 220 mil pessoas ao redor do mundo, inclusive brasileiros. O alvo principal eram jogadores que baixaram a versão crackeada de jogos como GTA, The Sims 4 e NBA 2K19.
Além de jogos, os hackers também usam filmes piratas como isca. Pessoas que tentam baixar cópias ilegais do “Homem Aranha: sem Volta para Casa” no final do ano passado, acabaram baixando um malware que redirecionava o computador do usuário à mineração de Monero, a criptomoeda mais utilizada em cryptojacking.