Mais um dia, mais um político polêmico apoiador do Bitcoin vem ganhando espaço.
Em uma inesperada vitória, o candidato presidencial, Javier Milei, conhecido por seu posicionamento libertário e pró-Bitcoin, conquistou o primeiro lugar nas eleições primárias presidenciais da Argentina no domingo (14).
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Milei e a sua coligação, La Libertad Avanza, obtiveram mais de 30% dos votos, deixando em segundo lugar a coligação de centro-direita, Juntos por el Cambio, por uma margem ligeiramente inferior a 2%.
O candidato — que alguns colocaram como sendo de extrema direita no espectro político — foi bastante votado pelo chamado “eleitor de protesto”, entre os quais os defensores das criptomoedas representam uma grande parte.
Adam Dubove é um entusiasta Argentino do Bitcoin que “votou pela primeira vez em oito anos”, por causa de Milei.”
Ele disse ao Decrypt que não é necessariamente por causa do Bitcoin, mas sim por conta de “uma mentalidade diferente”, e alguém que vai “agitar o galinheiro.”
Milei apareceu em vários talk shows antes e durante a sua campanha presidencial, pregando os benefícios do Bitcoin e das criptomoedas.
O autoproclamado economista libertário chamou o Bitcoin (e alguns de seus concorrentes, como Ethereum) de uma “devolução do dinheiro ao seu criador original: o setor privado.”
Ele também elogiou o fornecimento finito de Bitcoin e considera a criptomoeda uma alternativa mais segura à transação em ouro ou prata.
Mas nem tudo é tão perfeito assim nessa conexão de Milei com as criptomoedas.
Milei, os esquemas Ponzi e o Banco Central
Ele foi processado por supostamente ter promovido um esquema Ponzi na Argentina chamado Coinx, que está sendo acusado de roubar pelo menos US$ 800 mil em pesos argentinos.
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Na semana passada, a Polícia Federal da Argentina (PFA) se mobilizou até a cidade de Santa Fé para cumprir um mandado de busca e apreensão na sede da Coinx World, uma suposta pirâmide financeira com criptomoedas apoiada por Milei.
De acordo com o site Infobae, o mandado expedido pelo juiz federal Ariel Lijo autorizava a busca por documentação, computadores e dinheiro ligados à Coinx World. No entanto, detalhes tanto da denúncia quanto das investigações estão sob sigilo absoluto. A PFA não publicou sobre o assunto.
Milei nega qualquer irregularidade, alegando que a empresa fez o mesmo que um banco faz.
E isso é uma marca dele: sua crítica inabalável ao Banco Central do país.
No ano passado, ele afirmou que iria “explodir tudo“, o que ele chama de fraude para enganar “pessoas boas” por meio de impostos inflacionários.
A Argentina sofre atualmente com uma inflação galopante, batendo os 135% este ano.
Embora o Banco Central do país tenha feito movimentos anticripto através de uma proibição recente das carteiras digitais, o florescente universo cripto argentino não mudou muito, pois de acordo com a Chainalysis, a adoção de criptoativos na Argentina está em 13º lugar no ranking global.
Enquanto alguns no espaço cripto estão esperançoso, Milei pode pressionar por um padrão Bitcoin no estilo El Salvador, ou outras medidas pró-cripto semelhantes não tão agradáveis ao novo presidente.
No mês passado, por exemplo, ele anunciou suas intenções de “dolarizar” a economia argentina.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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