O Ministério da Energia do Irã anunciou que os mineradores de criptomoedas terão que suspender suas atividades à partir do dia 22 de junho, para auxiliar o país em um momento em que são registrados recordes de consumo de energia. As informações do jornal Theran Times.
Na semana passada o Irã bateu um pico de consumo de energia de 62,5 mil megawatts (MW) e irá chegar em breve nos 63 mil MW. Segundo a publicação, a produção energética do país terá dificuldades atender essa demanda.
De acordo com a reportagem, atualmente o país tem 118 unidades de mineração de criptomoedas autorizadas.
A situação não é nova no país: em 2021, o Irã proibiu a mineração de criptomoedas de maio até setembro devido a recorrentes apagões de energia em várias cidades do país, incluindo a capital Teerã. Conforme a reportagem da Reuters, a medida entrou em vigor logo após declarações do presidente Hassan Rouhani.
Cerco contra a mineração
Ainda em maio de 2021, o Ministério da Inteligência do Irã estabeleceu comitês em todo o país para organizar os agentes responsáveis por encontrar e fechar fazendas ilegais de mineração de criptomoedas. As informações são do portal Bloomberg.
Os fiscalizadores contaram com a ajuda da população. Para incentivar que os iranianos denunciem, o governo dobrou a recompensa dos delatores para US$ 873 (R$ 4,6 mil), um valor sete vezes maior do que o salário mínimo do país.
Mineração de criptomoedas no Irã
O Irã tem atraído mineradores de criptomoedas por causa do preço baixo de sua eletricidade. De acordo com a Elliptic em um relatório de 2021, na época estimava-se que 4,5% de toda a mineração de bitcoin ocorria no Irã.
No país, há um programa de subsídios de consumo de eletricidade onde muitas entidades pagam pouco ou até mesmo são isentas, como escolas e mesquitas.
Vale lembrar que em julho de 2020, o vice-presidente do Irã, Eshaq Jahangiri, decretou que as empresas de mineração de criptomoedas deveriam se registrar junto ao Ministério da Indústria, Minas e Comércio do governo do iraniano — a atividade havia sido liberada desde de 2019, no entanto houve um aumento de 7% no consumo de eletricidade no país. Quem não atendesse ao pedido, poderia ter que entregar equipamentos de mineração às autoridades, o que ocorreu em vários eventos no início deste ano.