Imagem da matéria: Inteligência Artificial cria "novo álbum do Oasis" e gera polêmica sobre direitos autoriais
Liam Gallagher, ex-vocalista do Oasis (Shutterstock)

O Oasis está de volta! Quer dizer, mais ou menos de volta. 

Graças à Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês), a icônica banda britânica dos anos 90 está de volta – pelo menos às manchetes.

Publicidade

Um novo álbum lançado pela banda inglesa Breezer, “AIsis: The Lost Tapes”, reproduz o som do Oasis tão bem que já foi ouvido mais de 40 mil vezes no YouTube desde que foi publicado na semana passada.

Parece que o vocalista do Oasis, Liam Gallagher, está cantando muito – mas ele não estava envolvido no projeto. Todas as letras foram escritas pela Breezer, que então usou AI para gerar uma réplica da voz do líder do Oasis,

“Com todos os avanços na tecnologia de AI e os modelos que as pessoas estão construindo, pensamos: ‘não seria legal se colocássemos Liam nessas músicas?'” disse o cofundador e guitarrista do Breezer, Chris Woodgates, ao Decrypt em uma entrevista.

“Inicialmente, não esperávamos que ninguém prestasse muita atenção ao nosso projeto”, disse Woodgates. “Nós compartilhamos com nossos amigos, que adoraram e subiram o material no YouTube, onde meio que explodiu.”

Homenagem AI

Fundada em 2021, a Breezer começou quando Woodgates e o outro compositor, Bobby Geraghty, começaram a escrever canções em 2013, mas só depois dos lockdowns da Covid-19 é que decidiram começar uma banda, lembrou Woodgates.

Publicidade

Woodgates disse que o projeto “AIsis”, que usou IA para gerar uma réplica de voz do líder do Oasis, visa homenagear o Oasis — que ele chamou de grande influência — e não capitalizar seu trabalho.

“Acho que isso abriu essa conversa na indústria da música sobre como vai ser”, disse Woodgates. “Essa ideia de que você pode colaborar com artistas ou bandas que você ama, acho que imortaliza esses sons e cantores icônicos.”

Woodgates, no entanto, reconheceu a área cinzenta legal em torno dos direitos autorais em que “AIsis” e projetos semelhantes agora se encontram.

Disputa por direitos autoriais

Na segunda-feira, uma colaboração gerada pela AI entre o rapper Drake e a banda The Weeknd que nunca aconteceu, “Heart on My Sleeve”, foi retirada da Apple, YouTube e Spotify depois que uma queixa da Universal Music disse que o trabalho — criado pelo artista digital Ghostwriter — violou as leis de direitos autorais.

Publicidade

A indústria da música viu muitas mudanças ao longo dos anos, de discos de vinil a fitas cassete, CDs e agora downloads digitais e streaming. Covers e samples têm linhas borradas entre homenagens e imitações.

Mas o uso de inteligência artificial para criar novas gravações de músicos famosos sem a sua participação levanta sérias questões sobre o futuro da música — semelhante às questões levantadas pelo uso de recriações geradas por computador de atores falecidos em filmes.

A disputa de direitos autorais da AI não é a primeira vez que a indústria da música enfrenta a tecnologia e a internet.

A banda dehHeavy metal Metallica entrou com uma ação contra a popular plataforma de compartilhamento de arquivos Napster em 2000, alegando uma violação das leis de direitos autorais depois de descobrir que a música da banda estava sendo compartilhada livremente online sem permissão. Seguiram-se processos judiciais de outros artistas, incluindo Dr. Dre, e várias gravadoras.

“Isso não seria uma questão direta de direitos autorais, mas poderia abranger questões envolvendo leis de marcas e patentes, com base em como a AI foi treinada para ler, extrair e gravar dados”, disse Andrew Rossow, advogado e CEO da AR Media ao Decrypt.

Publicidade

“Embora a análise padrão de infração possa ser aplicada a um programa de AI e suas instruções para avaliar ‘similaridade substancial’, os tribunais ainda precisarão abordar questões relativas à ‘autoria’ e ao próprio algoritmo de IA, começando pela jurisdição”, disse Rossow.

Woodgates disse que a banda não se opõe ao uso de AI para futuras músicas, mas vai ver como o projeto “AIsis” se desenrola.

“Acho que vamos começar a ver algum retrocesso”, disse Woodgates. “Então, vamos ver como isso se desenrola. Mas estamos definitivamente interessados em fazer mais. Acho que é uma coisa interessante.”

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

VOCÊ PODE GOSTAR
criptomoedas, criptoativos, regulação, Brasil, projeto de lei

Metade da população brasileira deve adotar criptoativos até 2030, aponta estudo do MB

Até 2030, o número de investidores pode atingir até mesmo metade da população brasileira, que representaria  quase 120 milhões de brasileiros
Gary Gensler, presidente da SEC

Presidente da SEC volta a criticar cripto: “É improvável que se torne uma moeda”

Gary Gensler discutiu o tema durante um evento na Faculdade de Direito da Universidade de Nova York, em Manhattan
mão indicando grafico

Binance lança token da Scroll no pré-mercado antes do airdrop

A Binance vai permitir também staking do token SCR, da blockchain de segunda camada, com sua criptomoeda nativa, BNB, e a stablecoin FDUSD
Deputado republicano Rich McCormick posa para foto

Deputado culpa apatia dos EUA com cripto pela lenta reação à prisão de executivo da Binance

Rich McCormick afirma que o tratamento dado ao caso de Tigran Gambaryan, detido na Nigéria, é marcado por hipocrisia em comparação a outros casos de destaque