Huobi espera sofrer queda de 30% na receita com perda de clientes chineses

Huobi quer se tornar uma exchange global para compensar o déficit deixado pelos clientes chineses
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Foto: Shutterstock

A corretora de criptomoedas Huobi espera registrar uma queda de 30% em sua receita como consequência da repressão às criptomoedas na China. Em entrevista ao Financial Times, o cofundador da Huobi, Du Jun, afirmou que a plataforma está “no processo de parar de atender todos os clientes chineses” até o fim de 2021.

“Não haverá usuários chineses na plataforma […], então nossas receitas [desses clientes] chegarão a zero”, acrescentou.

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Para compensar a perda de receita do mercado chinês, a Huobi planeja expandir sua oferta para outros países. “Estamos muito confortáveis na Ásia e somos líderes aqui, mas precisamos de uma nova ênfase. Precisamos nos tornar globais”, explicou.

Nesse sentido, a Huobi pretende quadruplicar seu número de funcionários — atualmente a corretora possui mais de mil empregados — como parte de sua tentativa em expandir globalmente.

A repressão cripto na China

Em 2021, o governo chinês protagonizou uma onda de repressão à indústria cripto do país. Conforme autoridades regionais obrigaram mineradores de bitcoin a encerrarem suas operações, o Conselho do Estado da China incluiu a mineração de bitcoin em uma lista de riscos financeiros que precisam ser monitorados.

Em maio, três grandes associações financeiras do país seguiram em linha com um pedido do Banco Central para que empresas do setor de pagamentos não interagissem com criptomoedas e alertou investidores sobre a negociação cripto, descrevendo-a como uma atividade “especulativa”.

Dias depois, a Huobi anunciou que iria suspender contratos futuros, produtos negociados em bolsa (ou ETPs, na sigla em inglês) e produtos de investimento alavancado para novos usuários em alguns países e regiões, além de informar que não iria mais vender máquinas de mineração e fornecer serviços relacionados à atividade para novos usuários que estiverem dentro da China.

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Um mês depois, o Banco Central chinês exigiu que bancos e instituições de pagamento parassem de fornecer uma gama de serviços de criptomoedas, incluindo a abertura de contas, transações e liquidações.

A razão da China sufocar o mercado cripto possui duas vertentes. Em primeiro lugar, a mineração de criptomoedas proof-of-work (PoW), como o bitcoin, é uma atividade que consome muita energia. Estudos já indicaram que a atividade poderia atrapalhar a meta da China de reduzir sua emissão de carbono.

Em segundo lugar, a China está no processo de lançar sua própria moeda digital emitida por banco central (CBDC), o yuan digital ou DCEP, moeda digital centralizada que opera sob o controle do Banco do Povo da China (PBoC) e o Banco Comercial do país.

Criptomoedas que são operadas sem o controle de uma autoridade central, apresentam um desafio direto à adesão da DCEP.

No entanto, a proibição na mineração de bitcoin da China não teve sucesso em extinguir a criptomoeda de uma vez por todas.

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Embora a suspensão inicial tenha feito com que mineradores do país encerraram suas operações e causado uma queda momentânea do hashrate do BTC, muitos mineradores já se realocaram para o exterior e voltaram a ligar suas máquinas.

Em julho, a taxa de hash que mede o poder computacional da rede do bitcoin, estava se recuperando. Já em outubro, os EUA se tornaram o país com o maior mercado de mineração de bitcoin do mundo, superando a China.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.