Imagem da matéria: Homem é condenado na Flórida a 20 anos por pirâmide que tinha participação do "Sheik das Criptomoedas"
(Foto: Shutterstock)

Juan Tacuri, um dos principais promotores de um esquema Ponzi global de criptomoedas chamado Forcount, foi condenado a 20 anos de prisão por um tribunal federal em Nova York. Essa pirâmide financeira foi um dos esquemas criminosos que teve como líder o brasileiro Francisley Valdevino da Silva, o “Sheik das Criptomoedas”. 

A sentença, proferida na terça-feira (15), representa o período máximo previsto por lei para a participação de Tacuri na operação fraudulenta conhecida como Forcount, que posteriormente foi renomeada como Weltsys. Já Francisley foi condenado no Brasil a 56 anos de prisão por crimes financeiros envolvendo a Rental Coins.

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Em um comunicado emitido na quarta-feira, o Escritório do Procurador dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York afirmou que Tacuri, que mirava ativamente comunidades de língua espanhola, desempenhou um papel crucial ao enganar milhares de vítimas ao redor do mundo. O esquema prometia retornos garantidos por meio de negociações e mineração de criptomoedas, mas, na realidade, desviava os fundos das vítimas para os promotores.

“Juan Tacuri pode ter afirmado estar envolvido em investimentos inovadores em criptomoedas, mas, na verdade, ele estava executando um dos truques mais antigos do livro: um esquema Ponzi”, disse o Procurador dos EUA Damian Williams em um comunicado.

“Tacuri foi um dos promotores mais prolíficos da pirâmide Forcount, arrecadando milhões de dólares de vítimas da classe trabalhadora”, acrescentou Williams. “Em vez de usar os fundos das vítimas conforme prometido, ele os gastou em benefício próprio. A sentença de hoje deve servir como um lembrete claro de que, a longo prazo, a fraude não compensa.”

O esquema Forcount operou de pelo menos 2018 até 2021, atraindo investidores com promessas de lucros e retornos garantidos. As vítimas eram incentivadas a comprar os produtos de investimento da Forcount por meio de exposições, eventos comunitários e apresentações chamativas. Tacuri, que morava na Flórida e, segundo os promotores, se vestia com roupas de grife e ostentava sua riqueza, apresentava esses esquemas como um caminho para a liberdade financeira.

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Embora os investidores tivessem acesso a portais online que supostamente mostravam lucros acumulados, a maioria não conseguia sacar seus fundos e acabava perdendo todo o investimento.

À medida que as reclamações aumentavam, promotores como Tacuri ofereciam novos tokens proprietários, chamados “Mindexcoin”, afirmando que eles se tornariam valiosos quando fossem aceitos como pagamentos por empresas. Na realidade, os tokens não tinham valor, levando a mais perdas financeiras para as vítimas. Em 2021, o esquema entrou em colapso, os pagamentos cessaram e os promotores pararam de responder às perguntas dos investidores.

Tacuri, de 46 anos, foi condenado a cumprir 20 anos de prisão, seguidos de um ano de liberdade supervisionada. Ele também foi obrigado a devolver mais de US$ 3,6 milhões obtidos de forma ilícita, incluindo uma propriedade na Flórida comprada com fundos das vítimas, e a pagar uma restituição no mesmo valor.

Pirâmides cripto

Nos últimos anos, esquemas Ponzi relacionados a criptomoedas continuaram a evoluir, aproveitando-se de tecnologias emergentes e tendências no espaço das criptos. Em março de 2024, a SEC processou 17 indivíduos por operarem o CryptoFX, um esquema Ponzi de US$ 300 milhões que visava mais de 40.000 investidores latinos. Os promotores prometiam lucros sem risco, mas desviavam os fundos para uso pessoal, continuando a arrecadar investimentos, apesar dos avisos.

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De forma semelhante, a NovaTech enganou mais de 200 mil investidores, arrecadando US$ 650 milhões por meio de um esquema de marketing multinível que entrou em colapso em 2023, deixando a maioria dos participantes com perdas significativas.

O golpe PlusToken enganou investidores em US$ 3 bilhões em 2019, visando investidores asiáticos com promessas de altos retornos por meio de uma carteira e uma exchange de criptomoedas. Outro golpe, o Mirror Trading International (MTI), entrou em colapso em 2020 após acumular US$ 1,7 bilhão em Bitcoin (BTC), alegando falsamente usar bots de negociação movidos por IA.

*Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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