Imagem da matéria: Hackers invadem prefeitura, roubam R$ 6 milhões da Caixa e convertem fundos em criptomoedas
(Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (3) a operação Private Key para desarticular uma organização criminosa que já roubou pelo menos R$ 6 milhões da Caixa Econômica Federal, convertendo em seguida os fundos em criptomoedas.

A operação ocorre em Brasília (DF), Águas Lindas de Goiás (GO) e Santa Luzia (MG). O grupo alvo, por meio da invasão de dispositivos informáticos, realizou crimes de furto qualificado mediante fraude cibernética contra a prefeitura de Telêmaco Borba (PR) e a Caixa.

Publicidade

Segundo a PF, as investigações mostraram que o grupo criou um site falso para roubar credenciais, por meio do qual induziram um servidor da prefeitura de Telêmaco Borba a fornecer suas informações de login e senha, que foram posteriormente utilizadas para acessar o sistema GovConta do município.

Com isso, os criminosos clonaram o perfil do servidor em um aplicativo de mensagens e entraram em contato com o gerente da Caixa Econômica responsável pelas contas, autorizando transferências para empresas de fachada, como se fossem fornecedoras da prefeitura.

Em seguida, eles distribuíram os valores em diversas contas bancárias de laranjas e converteram o dinheiro em criptomoedas. No total, a PF afirma que mais de R$ 6 milhões foram furtados.

Ainda de acordo com as autoridades, o uso de múltiplas camadas de contas e carteiras de criptomoedas dificultou a rastreabilidade dos recursos, sendo identificadas pelo menos quatro camadas de beneficiários dos valores, incluindo integrantes da organização criminosa que adquiriram bens de luxo e realizaram viagens caras.

Publicidade

A operação conta com mais de 30 policiais e visa cumprir quatro mandados de prisão, 11 mandados de busca e apreensão, 51 mandados de sequestro, arresto e bloqueio, além de nove mandados de sequestro de criptoativos (MSAB).

A soma das penas, em caso de condenação, chega a 30 anos, sob os crimes de furto qualificado mediante fraude, invasão de dispositivo informático, lavagem de capitais e organização criminosa.

* Após a publicação desta reportagem, a Caixa Econômica Federal enviou a seguinte nota:

“A CAIXA informa que monitora seus canais e transações, utiliza modernas ferramentas de segurança em seus canais, bem como atua em conjunto com órgãos de segurança pública na investigação de casos suspeitos, assim como na prevenção de fraudes e golpes.

O caso em Telêmaco Borba (PR) ocorreu em abril de 2020 e o processo corre em segredo de justiça.  Mais informações sobre eventos criminosos nas unidades do banco são repassadas exclusivamente às autoridades.

Publicidade

A CAIXA reafirma seu compromisso como principal parceiro do Poder Público em todas as esferas, Federal, Estadual e Municipal.

Como parte da atuação na prevenção de ocorrências, a CAIXA realiza constantemente ações de orientação e esclarecimentos a seus clientes por meio de seus canais de atendimento, sítio eletrônico e redes sociais. Especificamente para o Poder Público, foi desenvolvida cartilha com dicas de segurança, distribuída aos clientes e disponível aqui.”

VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: PF faz operações contra grupos acusados de usar criptomoedas para lavar R$ 200 milhões

PF faz operações contra grupos acusados de usar criptomoedas para lavar R$ 200 milhões

Em um dos casos, mulher considerada uma das maiores estelionatárias do Brasil é acusada de fraudar Caixa e lavar dinheiro com criptomoedas
Imagem da matéria: Bitcoin vai atingir US$ 500 mil até o fim do mandato de Trump, diz Standard Chartered

Bitcoin vai atingir US$ 500 mil até o fim do mandato de Trump, diz Standard Chartered

A compra de ações da Strategy por fundos de aposentadoria dos EUA aumenta a expectativa de valorização do Bitcoin no longo prazo
Moedas douradas das redes Solana e Ethereum

SEC vê problemas em pedidos de ETFs de Ethereum e Solana; entenda

A SEC levantou preocupações sobre staking um dia após afirmar que esse tipo de operação está fora do seu escopo
Celular com o logo da CVM e notebook aberto no site da Comissãod e Valores Mobiliários

Relator do caso Bluebenx na CVM vota por condenação da empresa e sócios a mais de R$ 20 milhões em multa

Bluebenx e sócios da empresa são julgados por oferta irregular de valores mobiliários e operação fraudulenta no mercado financeiro