Há 15 anos, Satoshi debateu uso de energia na rede Bitcoin: “Seria menos cara do que a atividade bancária”

Os comentários constam em e-mails revelados na sexta-feira pelo desenvolvedor Martti Malmi, um dos primeiros colaboradores do criador do Bitcoin
Ilustração de uma lâmpada flamejando B de bitcoin

Shutterstock

Há 15 anos, o criador do Bitcoin, popularmente conhecido pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto, já se preocupava com um possível uso significativo de energia para manter a rede do BTC, revelaram novos e-mails divulgados na sexta-feira (23) pelo desenvolvedor Martti Malmi, um dos primeiros colaboradores de Satoshi.

“Minha correspondência por e-mail com Satoshi entre 2009-2011”, escreveu Malmi no X, compartilhando um link para o GitHub, onde postou os arquivos.

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As conversas revelam que, na visão de Satoshi, a rede Bitcoin poderia se tornar uma grande consumidora de eletricidade com a mineração, mas mesmo assim menos cara que as dos sistemas financeiros tradicionais.

“Se crescesse para consumir energia significativa, penso que ainda seria menos dispendioso do que a atividade bancária convencional intensiva em mão-de-obra e recursos que substituiria”, escreveu Satoshi. 

“O custo seria uma ordem de magnitude menor do que os bilhões em taxas bancárias que pagam todos aqueles edifícios de tijolo e argamassa, arranha-céus e ofertas de cartão de crédito de lixo eletrônico”, diz também a troca de mensagens.

Em outro trecho descrito pelo site, o criador da maior criptomoeda do mundo deixou claro que possivelmente não haveria meio termo entre prover liberdade financeira sem agredir o meio ambiente: “Irônico se acabarmos por ter de escolher entre a liberdade econômica e a conservação”. 

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Conforme relembra o site CoinDesk, uma pesquisa de 2021 da Galaxy Digital mostrou que o Bitcoin usa metade da energia dos setores bancário ou de mineração de ouro.

E-mails de Satoshi Nakamoto

Uma outra série de e-mails, trocados com Satoshi Nakamoto de 2008 e 2009, também foi revelada recentemente em um processo que envolve o autointitulado criador do Bitcoin, o australiano Craig Wright.

Conforme revelado, tratam-se de troca de mensagens entre Sakamoto e o criptógrafo e cypherpunk Adam Back, CEO e cofundador da Blockstream que depôs no caso Crypto Open Patent Alliance (COPA) contra Wright como testemunha, também em um tribunal inglês.

Os e-mails sugerem que Back não era, de fato, o homem por trás do pseudônimo Satoshi, apesar das alegações de alguns verdadeiros crentes de que ele é de fato o inventor do Bitcoin.

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Back tem consistentemente negado as alegações. Muitos entusiastas do Bitcoin acreditam que o falecido Hal Finney, um contribuidor inicial e destinatário da primeira transação de Bitcoin, é na verdade Satoshi. No entanto, também há evidências que podem refutar tais alegações.

O historiador do Bitcoin e editor da Bitcoin Magazine, Pete Rizzo, fez uma thread no X comentando sobre os dois eventos, com o mais recente publicado no início da tarde de ontem.