Anchorage, a empresa de armazenamento de criptomoedas que obteve um alvará bancário federal em janeiro, anunciou que arrecadou US$ 350 milhões da gestora de ativos KKR, Goldman Sachs e outros.
A rodada “série D” avalia a empresa acima de US$ 3 bilhões.
Em entrevista ao Decrypt, Diogo Mónica, CEO da Anchorage, disse que a empresa irá usar o financiamento recente, em parte, para assistir seus clientes, que incluem grandes bancos e corporações conforme expandem suas ofertas com criptoativos.
“Instituições começaram a desenvolver produtos em 2020 que vão chegar ao mercado em 2022”, afirmou Mónica, prevendo que bancos vão começar a oferecer serviços com criptomoedas (como a capacidade de comprar e vender bitcoin) para seus clientes a partir do ano que vem.
Se isso se cumprir, será uma vantagem para a Anchorage, que alavancou seu alvará bancário federal obtido para conseguir contratos com bancos e gigantes empresas financeiras, como Visa.
Tais contratos começaram como acordos de custódia, em que Anchorage armazena ativos digitais, mas que cada vez mais incluiu serviços, como staking (em que holders de ativos bloqueiam moedas e tokens em troca de recompensas).
De acordo com Diogo, a custódia agora totaliza menos de 50% de sua receita e seus negócios de staking e empréstimo continua expandindo. Enquanto isso, Diogo prevê que novas linhas de negócios irão surgir para a Anchorage conforme bancos buscam oferecer produtos, como ofertas de rendimentos com base em Finanças Descentralizadas (ou DeFi).
Leia Também
A empresa também se beneficiou da crescente variedade de criptoativos que instituições visam interagir via Anchorage. Incluem tokens não fungíveis (ou NFTs), como alguns CryptoPunks que está em custódia para a Visa e outros.
Expansão da Anchorage não inclui IPO
A base de clientes da Anchorage também se expandiu de instituições privadas a agências governamentais. Em 2020, a empresa acrescentou a Corporação Federal de Seguros de Depósito (ou FDIC) e o Serviço de Delegados dos EUA (USMS) como seus clientes de custódia.
A Anchorage não possui planos de seguir o exemplo de empresas cripto, como Coinbase e Robinhood, e realizar uma oferta inicial de moeda (ou IPO).
De acordo com Mónica, o balanço patrimonial da empresa está em boa forma (Anchorage ainda precisa alocar US$ 80 milhões arrecadados em fevereiro) e a nova “series D” irá fornecer uma “almofada de capital” e parceiros estratégicos e fundamentais.
Além da KKR e do Goldman Sachs, investidores da rodada incluem Alameda Research, Andreessen-Horowitz, BlackRock, Blockchain.com, Kraken e PayPal Ventures.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.