O governo do Egito, ou entidades a ele ligadas, está, secretamente, forçando seus cidadãos a minerar criptomoedas. A reportagem do site Quartz mostra que o governo sequestrou conexões de usuários locais da Internet. A informação faz parte de um estudo desenvolvido por pesquisadores que estudam o tema segurança, na Universidade de Toronto, no Canadá.
Os pesquisadores identificaram um esquema chamado “AdHose”, que redireciona secretamente o tráfego da web egípcia para um malware que usa os computadores para minerar a criptomoeda Monero ou exibir anúncios.
Conforme o estudo, a AdHose conta com hardware instalado nas redes da Telecom Egypt e é usado de duas maneiras. A mais comum é o modo “spray”, que redireciona os navegadores para uma rede de anúncios ou malware de mineração (chamado Coinhive) a partir de qualquer site que o usuário infectado tenta visitar. Uma varredura feita em janeiro apontou que 95% dos dispositivos observados foram afetados por AdHose.
Site religioso e canal pornô
O segundo modo de atuação é o “Spray” e, conforme os pesquisadores, é usado com moderação. A alternativa é o modo “trickle” e que vem sendo usado de forma contínua. Ele redireciona o tráfego da web somente quando os usuários visitam sites específicos – estão na listas o site religioso CopticPope.org e o canal pornô Babylon-X.com.
O hardware usado para implementar a Adhose também funciona como uma ferramente de censura, Ela bloqueia o acesso a meios de comunicação, como a rede Al Jazeera e ONGs como a Human Right Watch. Os pesquisadores encontraram estruturas semelhantes na Turquia e na Síria. Em vez de criptografia ou anúncios, os usuários desses países acabavam instalando um spyware achando que estavam baixando programas anti-vírus legítimos.
O fabricante do hardware é a canadense Sandvine, que desde o ano passado juntou-se à Procera Networks. Segundo os pesquisadores, a empresa chamou o relatório por eles preparado de “falso, enganador e equivocado”.
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