Membros da Geração Z (pessoas entre 14 e 28 anos) caem mais em golpes de hackers do que seus avós da geração dos Baby Boomers (61 a 75 anos). Os dados são são de um relatório recente da Deloitte e da Social Catfish, repercutido pela Vox.
De acordo com a análise do relatório feita pelo site, a geração que cresceu com a internet não é imute a hackers e golpistas online, em comparação com as gerações mais velhas.
“As gerações mais jovens relataram taxas mais elevadas de vitimização em phishing, roubo de identidade, golpe de romance, incluindo cyberbullying”, diz o artigo.
A pesquisa da Deloitte mostra que os americanos da geração Z têm três vezes mais probabilidade de serem pegos em fraudes online do que os boomers (16% e 5%, respectivamente).
Em comparação com os boomers, a Geração Z também teve duas vezes mais probabilidade de ter uma conta de rede social hackeada (17% e 8%).
Para fins de comparação, a Vox analisou também um relatório da Social Catfish, que revelou que golpes online envolvendo jovens com menos de 20 anos geraram perdas de US$ 8,2 milhões em 2017 e US$ 210 milhões em 2022.
“A maioria das pessoas que são nativas digitais estão cientes dessas coisas”, disse o professor de psicologia Scott Debb em entrevista ao Vox. Debb é especialista quando o assunto é conhecer os hábitos de segurança cibernética dos jovens.
Comportamentos de segurança evita golpes
A Vox ainda analisou um outro estudo, publicado há três anos pelo International Journal of Cybersecurity Intelligence and Cybercrime, publicação vinculada à Bridgewater State University.
Debb e uma equipe de investigadores compararam os comportamentos de segurança online relatados pelos millennials e pela Geração Z, as duas gerações “digitalmente nativas”, descreve o site.
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“Embora a Geração Z tivesse um elevado conhecimento da segurança online, eles tiveram um desempenho pior do que os millennials na implementação de muitas práticas recomendadas de segurança cibernética em suas próprias vidas”, comenta a Vox.
Mas por que os jovens são mais propensos a golpes?
Existem algumas teorias que parecem surgir continuamente, sendo uma delas baseada no maior uso da tecnologia pela geração Z, o que os deixa mais expostos a ataques cibernéticos.
A outra teoria é que “crescer com a internet proporciona aos mais jovens uma familiaridade com os seus dispositivos que pode, em alguns casos, incentivá-los a escolher a conveniência em vez da segurança”, aponta a análise.
Outro ponto considerado está relacionado à educação: “A educação em cibersegurança para crianças em idade escolar não está fazendo um bom trabalho ao falar sobre segurança online de uma forma que realmente corresponda às experiências vividas online pelos mais jovens.”
Conexão ininterrupta e compras online
Contudo, a diretora da Deloitte, Tanneasha Gordon, tem algumas contribuições sobre o assunto a fazer. Para ela, uma das principais causas são que “eles [a geração Z] compram muito online”, e que “há tantos sites fraudulentos e plataformas de comércio eletrônico que literalmente se adaptam a eles, que os tiram da plataforma de rede social em que estão por meio de um anúncio fraudulento”.
A questão sobre estar sempre conectado também pode ser um problema, mas imagine se toda vez que o aplicativo fosse fechado tivesse que logar novamente. “Seria extremamente frustrante para muitos usuários”, comenta.
Em resumo, melhores práticas de segurança online deveriam ser muito mais personalizadas de acordo com a forma como os jovens estão realmente usando a Internet.
“Ficar mais seguro online pode envolver trocar de navegador, ativar diferentes configurações nos aplicativos que você usa ou alterar a forma como você armazena senhas. Nenhuma dessas etapas envolve necessariamente comprometer sua comodidade ou usar a internet de forma mais limitada. Abordar a segurança cibernética como parte de estar ativo online, em vez de ser um antagonista dela, pode conectar-se melhor com a Geração Z”, concluiu.
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