Parabéns se você conseguiu achar as referências nos anúncios de emprego da GameStop. A varejista de videogames está realmente entrando para o mundo das criptomoedas.
A GameStop criou uma nova unidade para o desenvolvimento de uma plataforma de tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês) e contratou mais de 20 pessoas até agora para operá-la, segundo um artigo do The Wall Street Journal.
A plataforma permitirá que clientes comprem, vendam e negociem NFTs de itens de videogames, como roupas e armas para avatares de jogadores. Anteriormente, a empresa havia anunciado vagas para engenheiros e outros para a equipe.
A ação da GameStop (GME) subiu 31% na negociação pós-mercado e atingiu US$ 170 nessa quinta-feira (6), seu maior preço em quase um mês.
Grandes publicadoras de videogames, como Ubisoft, começaram a incorporar NFTs (contratos em blockchain de posse de itens digitais) em seus títulos. NFTs internos de jogos apresentam a possibilidade de jogos se tornarem interoperáveis e jogadores lucrarem com a negociação de itens raros.
Há um ano, havia rumores de que a GameStop iria entrar para o setor NFT. Um anúncio de vaga em abril de 2021 em seu site buscava por um analista com conhecimento em cripto, blockchain e NFTs.
Em maio, uma página da empresa confirmava que estava buscando “extraordinários engenheiros (solidity, react, python), designers, jogadores, profissionais de marketing e líderes de comunidades” para entrarem para um projeto NFT da Ethereum.
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E o preço do token da Loopring triplicou em novembro após especulações de que estaria envolvido no mercado da GameStop.
A notícia recente dá à ação GME outro impulso conforme entra para uma tendência multibilionária. Day-traders do Reddit promoveram GME como uma ação de meme em janeiro de 2021, cujo preço passou de US$ 20 para US$ 483 por ação.
Desde então, caiu desses recordes, mas usou o crescente interesse e capital para inovar.
Mas não irá operar tranquilamente por conta da antipatia que jogadores têm em relação a NFTs.
O lançamento NFT da Ubisoft foi ameaçado por um motim de jogadores, pois muitos argumentaram que a tecnologia blockchain ameaça o meio ambiente (apesar de nem todos os blockchains exigirem um alto consumo de energia) ou têm ressentimentos com problemas de cadeia de suprimento por conta do alto custo de placas gráficas (também usadas na mineração cripto).
A GameStop claramente acredita que o risco vale a pena conforme a empresa pretende reverter diversos anos de prejuízo.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.