O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, falou na quinta-feira (6) sobre o panorama geral do uso de criptomoedas no Brasil. O executivo ressaltou que há um amplo domínio das stablecoins e que os ativos têm sido utilizados como forma de pagamento e não apenas maneira de manter reservas em dólar. As declarações foram feitos na Cidade do México em evento do Banco de Compensações Internacionais (BIS).
Galípolo ressaltou que 90% do mercado é dominado pelas stablecoins e que, inicialmente, o BC assumiu que era uma “forma mais fácil de ter uma conta em dólares”, conforme aponta reportagem da CNN.
Porém, logo o BC constatou que o uso destablecoins é “bem maior como meio de pagamento e a maior parte disso para comprar coisas do exterior e pagamentos transfronteiriços”, como registrou reportagem do Valor Econômico.
O presidente do BC classificou o uso de stablecoin como meio de pagamento como “parte ruim” por manter um tipo de “visão opaca para tributação ou para lavagem de dinheiro. Isso não é uma acusação. Mas quando você vê o que as pessoas estão comprando, tem sempre essa dúvida sobre a motivação”.
Ainda neste tema, Galípolo afirmou que a busca pela privacidade no uso de criptomoedas “nem sempre é uma privacidade porque você não quer o governo sabendo o que você está fazendo por outras razões, mas provavelmente porque as pessoas estão comprando coisas e não querem declarar o que estão comprando porque querem evitar algum tipo de tributação ou coisas assim”.
Motivos para o DREX
Também houve tempo para o presidente do Banco Central falar sobre o Drex, projeto que inicialmente era chamado de Real Digital. Galípolo primeiro esclareceu que não se trata de uma CBDC [moeda digital de banco central, na sigla em inglês], mas sim de uma infraestrutura de rede de registro distribuído [DLT] com tokenização de depósitos e ativos com uma estrutura de contratos inteligentes.
O executivo também falou sobre as motivações para implementar o Drex: “Quando tentamos explicar para as pessoas que tipo de problemas o Drex pode resolver na sua vida, usualmente o exemplo que usamos é que você pode ter finanças colateralizadas e crédito usando essa infraestrutura.”
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