Menos de um mês após a atualização Pectra, a Fundação Ethereum acredita que a segunda maior criptomoeda do mundo — tanto como tecnologia quanto como ecossistema — está se aproximando de avanços significativos, com riscos maiores e impacto para um público mais amplo.
No entanto, esses riscos podem estar ameaçados se as pessoas que a conduzem permanecerem presas no que a fundação chama de um processo bagunçado: a entrega do protocolo.
“Precisamos repensar nossa abordagem atual para projetar, desenvolver e conduzir o protocolo”, escreveu a fundação por trás do Ethereum na segunda-feira (2), ao anunciar a reestruturação de suas equipes de Pesquisa e Desenvolvimento de Protocolo.
A mudança vai consolidar os esforços de desenvolvimento em uma nova divisão chamada “Protocolo”, com foco em três metas imediatas. A fundação apresenta a medida como uma forma de “responder proativamente” a demandas que afirma serem “difíceis de articular e ainda mais difíceis de atender”.
“O Ethereum já alimenta a maior parte dos mercados de capital da internet, comunidades on-chain e protege mais de US$ 200 bilhões em valor”, disse Binji Pande, líder de crescimento da solução de escalabilidade de segunda camada do Ethereum, Optimism, ao Decrypt.
“A divisão Protocolo agora traz a clareza e execução que o projeto merece, escalando o que funciona, melhorando a experiência do usuário e mantendo o Ethereum útil para o mundo.”
A reformulação divide as equipes em três frentes de trabalho: escalar a blockchain principal (primeira camada), escalar blobs para armazenamento de dados e melhorar a experiência do usuário.
Cada iniciativa terá liderança dedicada: Tim Beiko e Ansgar Dietrichs serão responsáveis pela escalabilidade da primeira camada, Alex Stokes e Francesco D’Amato supervisionarão a escalabilidade dos blobs, enquanto Barnabé Monnot e Josh Rudolf ficarão encarregados de aprimorar a experiência do usuário.
A divisão Protocolo ajudaria a fornecer aos desenvolvedores do ecossistema do Ethereum “sinais mais claros sobre para onde a camada base está se direcionando — com quem falar, no que colaborar e no que focar”, disse Joshua Cheong, chefe de produto do protocolo de segunda camada Mantle, ao Decrypt. “Essa clareza nos permite inovar mais rápido e com mais confiança.”
Mas nem todos permanecerão e farão parte da nova divisão Protocolo. Alguns membros “não continuarão na Fundação Ethereum”, disse a entidade, ao mesmo tempo em que incentivou projetos do ecossistema a contratar os talentos que estão saindo.
Papéis estratégicos
As três frentes de trabalho contarão com o apoio de Dankrad Feist, um pesquisador e criptógrafo de destaque, conhecido por “Danksharding”, um processo de otimização da blockchain que leva seu nome. Feist atuará como conselheiro estratégico de todas as iniciativas.
No ano passado, Feist esteve envolvido em uma polêmica sobre conflito de interesses, quando ele e o desenvolvedor core Justin Drake confirmaram que receberam tokens por atuarem como consultores da EigenLayer, um protocolo de restaking para o Ethereum.
“Está claro que confiar apenas na cultura e no julgamento individual não tem sido suficiente, e estamos trabalhando em uma política formal para lidar com isso”, disse Aya Miyaguchi, ex-diretora executiva da fundação, na época.
Ainda assim, os esforços da Fundação Ethereum com a divisão Protocolo buscam preencher uma lacuna percebida entre a pesquisa e a implementação prática.
Atualizações anteriores, como a Pectra, enfrentaram diversos obstáculos: falhas nas testnets no início do ano atrasaram o lançamento por semanas, enquanto os desenvolvedores corriam para corrigir bugs.
Leia também: Veja tudo que mudou no Ethereum com a atualização Pectra
Agora, com a divisão Protocolo, a fundação tenta mostrar que “o mundo está pronto para o computador mundial”.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
- Renda Fixa Digital com ganhos de até 24,5% ao ano e dinheiro na conta a partir de 90 dias é só na Super Quarta do MB. Cadastre-se para receber ofertas com exclusividade!