Um caso sinistro envolvendo bitcoin, vício em drogas e relações abusivas entre familiares foi noticiado nesta quinta-feira (3) pelo jornal americano The Washington Post.
A tragédia ocorreu na cidade de Bethesda, estado de Maryland. Liam Ghershony, de 24 anos de idade, colocou uma dose cavalar de benzodiazepínico no chá do pai – trata-se da substância usada em ansiolíticos como Rivotril. O objetivo era poder mexer no celular do parente e conseguir passar pela sistema de verificação de dois fatores para roubar as criptomoedas.
O objetivo foi alcançado. Ghershony conseguiu desviar o equivalente a US$ 400 mil em Bitcoin, sendo que dois terços do montante ele rapidamente converteu em Ethereum.
Viciado em benzoapedínicos, cocaína e afetamina, Liam deu uma dose que para ele seria o suficiente para uma dormida profunda. Mas para seu pai foi quase fatal. O progenitor foi encontrado pela polícia dois dias depois no chão do quarto, com dificuldade para respirar e com os órgãos parando de responder.
Foi um amigo da vítima que alertou a polícia, preocupado após várias tentativas de falar com ele. O homem foi levado ao hospital e passou quatro dias em tratamento intensivo para se recuperar.
O filho não tentou esconder. Na verdade, ele deixou um bilhete tentando racionalizar: “Não precisava ser assim. Eu vou te dar a melhor aposentadoria”.
No início do caso, os promotores o acusaram de tentativa de homicídio. Depois a queixa caiu para roubo agravado. Liam passou 125 dias preso e mais dois meses em uma clínica de reabilitação.
A polícia não ligou imediatamente o filho ao caso. Mas ele confessou para a mãe, que avisou as autoridades.
Agora, Liam mora em uma comunidade para recuperação de dependentes químicos. O juiz David Lease decretou uma suspensão de 20 anos: se nesse período o réu cometer algum ato violento, irá diretamente para a cadeia.
Já o pai parece ter perdoado o Liam. Apesar de não ter dito isto explicitamente na reportagem, mostrou-se feliz com a tentativa do filho de se livrar dos vícios: “”Se alguém quer encontrar com ele, e é alguém do passado, ele fala para essa pessoa que devem se encontrar na reunião [de adictos em recuperação]”.