Ex-trader leva multa de R$ 260 milhões por criar pirâmide que prometia 15% de retorno ao mês

Michael Ackerman falsificava capturas de tela e demonstrações contábeis da Q3 Holdings nos EUA; ele usou dinheiros dos investidores para sustentar vida luxuosa
Ratoeira com moeda de bitcoin

Shutterstock

Outro golpista de criptomoedas que lucrou fortemente com o hype do setor em 2017 nos EUA agora está enfrentando as consequências de seus crimes, 41 meses depois de ter sido acusado pela Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC) dos EUA, em fevereiro de 2020.

A CFTC anunciou na quarta-feira (28) o a condenação do ex-corretor da bolsa de valores de Nova York (NYSE), Michael Ackerman, que operava a pirâmide financeira Q3 Holdings.

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O ex-trader está proibido de negociar ou registrar-se em quaisquer mercados regulamentados pela CFTC. Além disso, ele deve pagar US$ 27 milhões em restituição às vítimas que fraudou, além de outros US$ 27 milhões como penalidade monetária civil por executar um esquema fraudulento de negociação de ativos digitais. As multas somam US$ 54 milhões, o equivalente a cerca de R$ 260 milhões.

O homem de 54 anos se declarou culpado de fraude eletrônica em setembro de 2021. Como parte de seu acordo de confissão, Ackerman já havia concordado em restituir US$ 30,6 milhões e com o confisco de seus ativos no valor de pelo menos US$ 36 milhões.

Como funcionava o esquema

As autoridades dizem que, entre agosto de 2017 e dezembro de 2019, Ackerman enganou os investidores por meio de sua empresa Q3 Holdings com promessas de retornos mensais de 15%.

A Q3 prometeu entregar esses retornos através de seu algoritmo de negociação proprietário, negociando Bitcoin e outros ativos digitais.

Ele solicitou com sucesso pelo menos US$ 33 milhões de mais de 150 investidores, provenientes predominantemente de grupos médicos do Facebook, de acordo com a CFTC.

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Em dezembro de 2019, Ackerman afirmou que o fundo havia crescido nove vezes, para aproximadamente US$ 315 milhões — um retorno espetacular, dados os preços de mercado no final da bolha do mercado cripto em 2017.

Na época, a capitalização total do mercado de criptoativos havia caído de seu recorde histórico de 2018 de US$ 850 bilhões para US$ 200 bilhões.

A CFTC afirma que, para enganar os investidores e os parceiros dos fundos limitados, Ackerman fabricou capturas de tela e demonstrações contábeis que representavam falsamente a carteira do fundo.

A informação falsificada foi então transmitida pelos seus sócios, o ex-funcionário da Wells Fargo Advisors, James Seijas, e o Cirurgião Geral da Flórida, Quan Tran.

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No entanto, Seijas e Tran também foram aparentemente enganados pelo próprio Ackerman. Os parceiros da Ackerman alegaram ter descoberto apenas posteriormente grandes discrepâncias nos valores reais dos ativos do fundo em relação ao que a Ackerman lhes tinha dito.

Na realidade, menos de US$ 10 milhões do dinheiro arrecadado foram efetivamente investidos. Em vez disso, Ackerman usou o dinheiro para ganho pessoal em carros, jóias, viagens e propriedades privadas, incluindo um terreno de 150 acres em Montana e uma casa de praia de US$ 3 milhões na Flórida.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.