EUA confiscam US$ 28 milhões em criptomoedas de ex-funcionário do governo canadense

Ex-funcionário do governo canadense foi extraditado para os Estados Unidos por sua suposta participação no ransomware Netwalker
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Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Imagem: Shutterstack

Mais de US$ 28 milhões em criptomoedas ligadas a um ex-funcionário do governo canadense chamado Sebastien Vachon-Desjardins, foram confiscados pelo governo dos Estados Unidos. Ele foi extraditado para os EUA sob acusações relacionadas ao ransomware NetWalker.

Segundo o Departamento de Justiça (ou DOJ, na sigla em inglês), Vaschon-Desjardins foi acusado de conspiração por fraude computacional e eletrônica, danos intencionais a um computador protegido e transmissão de uma demanda relacionada ao dano a um computador protegido, resultantes de sua suposta participação no NetWalker, uma forma sofisticada de ransomware.

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A acusação, citada pelo DOJ, também alega que os Estados Unidos pretendem apreender mais de US$ 27 milhões dos US$ 28 milhões confiscados, supostamente rastreáveis aos proventos dos delitos.

“Conforme exemplificado pelo confisco de criptomoedas por nossos parceiros canadenses, iremos usar todas as plataformas legalmente disponíveis para confiscar e apreender os supostos proventos de ransomware, estejam estes localizados nacionalmente ou no exterior”, disse o subprocurador-geral Kenneth A. Polite Jr.

“O departamento não cessará em procurar e confiscar ransomwares com criptomoedas, impedindo, assim, as tentativas de que agentes de ransomware evitem as autoridades por meio do uso de moedas virtuais”, acrescentou.

Criptomoedas, ransomware e NetWalker

NetWalker é uma forma complexa de ransomware cujas vítimas são de agências de aplicação da lei, entidades comerciais e até do setor da saúde durante a pandemia de COVID-19.

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Anteriormente, hackers do NetWalker haviam sido identificados pelas autoridades como os agentes por trás da paralisação das fronteiras internacionais da Argentina em setembro de 2020. Na época, os invasores exigiram US$ 4 milhões em bitcoin (BTC).

Em setembro de 2020, hackers do NetWalker exigiram quase US$ 8 milhões em bitcoin à maior produtora de energia do Paquistão para devolver o acesso aos seus próprios dados após um ciberataque.

Exemplos como esses, bem com os de outros ataques de ransomware, fizeram criptomoedas ascenderem na ampla indústria de ransomware.

Crane Hassold, ex-agente do Departamento Federal de Investigações (ou FBI) e atual diretor de inteligência contra ameaças na Abnormal Security, contou recentemente ao Decrypt que criptomoedas são o “principal elemento” na atual indústria de ransomware.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.