Na semana que vem o Ethereum vai ficar um passo mais perto da sua fusão para a camada de consenso — conhecida como Ethereum 2.0 —, quando a rede de testes Kiln for lançada.
Kiln está prevista para ser a última rede de testes antes da fusão (merge), processo em que o Ethereum abandona o atual mecanismo de consenso de prova de trabalho (PoW) e adota a prova de participação (PoS) na camada de camada de consenso.
A confirmação de que a testnet chega na próxima semana veio através de um tuíte do desenvolvedor do Ethereum Remy Roy que não detalhou a data e horário exato em que a rede será lançada. Ao TrustNodes, Roy disse que a Kiln pode ser a última rede de testes antes da fusão.
Outros programadores que trabalham no projeto como Marius van der Wijden, Danny Ryan e Parit Hosh também confirmaram a chegada da testnet e planejam fazer uma live no momento que ela for ao ar.
O objetivo dessa ação é atrair a atenção de desenvolvedores para ajudar nos testes que servem para eliminar falhas que ainda podem existir na nova versão do Ethereum.
Kiln é uma rede paralela que simula como será o ecossistema do Ethereum depois da fusão. O objetivo é que os desenvolvedores testem a infraestrutura técnica dessa rede até a exaustão para garantir que não existam problemas quando ela for lançada para o público em geral.
Kiln é a sucessora da Kintsugi, a rede de testes do Ethereum lançada em dezembro de 2021.
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Ethereum 2.0 está finalmente chegando?
Uma previsão otimista do desenvolvedor do Ethereum Foundation Tim Beiko é que a fusão possa acontecer em junho deste ano. Pelo menos é isso que foi sinalizado em dezembro do ano passado, quando a “bomba de dificuldade” do Ethereum foi desarmada pela quinta vez desde 2015.
A bomba de dificuldade é um dos mecanismos de preparação para a chegada do Ethereum 2.0 que vai tornar a mineração cada vez mais difícil e forçar os validadores a aderir a nova camada de consenso. Na atualização de dezembro, a bomba foi adiada para junho de 2022 na expectativa de que nessa altura a fusão já tenha sido executada.
Ao portal TrustNodes, o coordenador do Ethereum 2.0, Danny Ryan, disse que os dois objetivos que devem ser atingidos na testnet que será lançada na semana que vem será “fortalecer o software para se preparar para a produção e garantir que os usuários possam testar suas configurações”.
Caso tudo ocorra bem durante a fase de testes na Kiln, que geralmente dura entre dois e três meses, a fusão pode de fato acontecer dentro do previsto: junho deste de 2022.
Há anos os desenvolvedores de Ethereum trabalham para migrar a rede de um sistema prova de trabalho, como a do bitcoin que possui mineradores para validar transações, para um sistema de prova de participação no qual pessoas garantam a segurança da rede ao bloquear parte de seu ether no protocolo.
Embora tanto mineradores como stakers recebam recompensas, o sistema PoS do Ethereum vai consumir menos energia ao abandonar a mineração tradicional, ao mesmo tempo que espera tornar a rede mais rápida e barata para usuários que utilizam aplicações de finanças descentralizadas (DeFi), DAOs e tokens não fungíveis (NFTs).