“Estamos preocupados com o avanço das criptomoedas”, diz presidente do Banco Central da Argentina

Miguel Pesce criticou alta oscilação das moedas virtuais e a falta de informação ao cidadão
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Foto: Shutterstock

Miguel Ángel Pesce, presidente do Banco Central da Argentina (BCRA), voltou a demonstrar preocupação com o avanço das criptomoedas durante um evento da Câmara Argentina de Fintech na terça-feira (31). Pesce, que recentemente deixou claro que quer evitar a conexão de criptoativos com o mercado de câmbio, desta vez ressaltou a alta oscilação das moedas virtuais e a falta de informação ao cidadão argentino.

“Essas moedas foram criadas como um mecanismo de pagamento, não como um instrumento de investimento. Mas devido à sua escassez, tem motivado a financeirização desses instrumentos e que seus preços sobem e lhes dão um grau de volatilidade muito alto e isso é justamente de as características que uma moeda não precisa ter”, disse o presidente.

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Pesce também criticou a nomenclatura usada no setor: “Acho que o nome da criptomoeda não é apropriado e eles deveriam trocá-lo porque se refere a algo oculto, opaco. Estamos preocupados com o desenvolvimento das criptomoedas”.

Sobre a falta de informação, o presidente disse que as instituições governamentais devem criar ações de educação sobre o novo mercado para combater a desinformação. Ele entende que educar a população sobre o que se tratam esses novos instrumentos vai alertar o investidor a não aportar dinheiro no que não se tem o controle.

Câmbio, criptomoedas e dólar

Pesce voltou ao tema sobre as criptomoedas e câmbio argentino quando foi questionado sobre seu uso para receber pagamentos do exterior.

Ele ressaltou que os pagamentos atrelados ao dólar devem passar pelo mercado único de câmbio, como manda a regra da instituição, ou seja, da mesma forma que se recebe um pagamento em espécie, você pode receber um pagamento em criptomoedas.

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Ao comentar as declarações de Pesce, o Clarin relembrou uma frase do presidente quando começou a criticar o mercado de criptomoedas. “As fintechs vieram colocar gasolina em um mercado que não tinha. Os bancos começaram a trabalhar para estar em sintonia com a dinâmica que eles impuseram”.

“Bitcoin não é um ativo financeiro”

Em conferência no último dia 10, Miguel Ángel Pesce disse que o bitcoin não é um ativo financeiro porque não está subjacente a nenhum ativo, não pode gerar qualquer rentabilidade, e que por isso deve ficar de fora de novas soluções para os meios de pagamentos. Disse também que iria “regular a interseção do Bitcoin com o mercado de câmbio”.