Estados Unidos impõe sanções contra corretora de criptomoedas

Segundo Departamento do Tesouro, um russo e um ucraniano operaram grupo hacker que já obteve mais de US$ 200 milhões em ransomwares
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Foto: Shutterstock

Vocês se lembram quando o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, jurou ir atrás dos autores de ransomwares? Não só está acontecendo, como está atingindo com força o ecossistema das criptomoedas.

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, uma agência do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, colocou a corretora Chatex na sua lista de empresas sancionadas, junto com mais três companhias que supostamente forneceram infraestrutura —IZIBITS OU, da Estônia; Chatextech SAI, da Letônia; e Hightrade Finance, das ilhas São Vicente e Granadinas.

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Também estão envolvidos no caso um ucraniano e um russo que supostamente teriam coordenado os ransomwares.

Ransomware é um ataque no qual os hackers usam um software para controlar computadores e redes e deixar os donos sem acesso; os criminosos então pedem um pagamento, geralmente em forma de Bitcoin ou da criptomoeda privada Monero, para restaurar o acesso às vítimas.

“Análises de transações da Chatex indicam que mais da metade são diretamente ligadas a atividades ilícitas ou de alto risco como mercado marginal da internet e ransomwares”, disse o Departamento do Tesouro por meio de um comunicado à imprensa nesta segunda-feira (8).

O Departamento do Tesouro afirma que a Chatex, que viabiliza trocas “peer to peer” (ponto a ponto) via Telegram, tem “ligações diretas” com a Suex, exchange que que sofreu sanções no dia 21 de setembro por facilitar o pagamento para hackers.

As sanções significam que qualquer ativo da Chatex nos Estados Unidos está bloqueado e que todo cidadão americano e empresa do país estão proibidos de fazer negócios com a companhia e entidades afiliadas a ela.

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Os governos da Letônia e da Estônia já suspenderam os registros das empresas envolvidas.

A agência governamental dos EUA também impôs sanção ao ucraniano Yaroslav Vasinskyi e ao russo Yevgeniy Polyanin. Este último é acusado de desenvolver o ransomware que atacou a Kaseya. O Departamento do Tesouro acredita que ambos estão envolvidos com a Sodinokibi/REvil, um grupo de hackers do leste europeu que já obteve mais de US$ 200 milhões em Bitcoin e Monero em pedidos de resgate.

Essa é uma grande parte do total de US$ 590 milhões que o governo relatou já terem sido pagos em ransomwares.

“Grupos de ransomware e organizações criminosas têm como alvo empresas americanas e instituições públicas de todos os tamanhos e setores, buscando minar a espinha dorsal de nossa economia”, escreveu o secretário adjunto do Tesouro Wally Adeyemo, antes de concluir: “Esta é uma das principais prioridades para o administração de Biden”.

*Traduzido e editado com autorização do Decrypt.co.