O Tribunal Regional Federal da 2ª Região negou um pedido de habeas corpus que teria dado liberdade para Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, esposa do “Faraó do Bitcoin”, Glaidson Acácio dos Santos, criador da GAS Consultoria. A decisão foi tomada na terça-feira (19), conforme aponta reportagem do jornal O Globo.
Um habeas corpus é uma medida judicial que concede liberdade para um réu durante o julgamento de um processo em casos de suposta ilegalidade ou abuso de poder, até que uma decisão final seja tomada pela Justiça.
Mirelis Yoseline Diaz Zerpa está na condição de foragida da Justiça há quase um ano e é acusada de crimes contra o sistema financeiro nacional.
Segundo a reportagem, os desembargadores da 2ª Turma Especializada tomaram a decisão em uma sessão na qual julgariam também pedido similar para Glaidson. Porém, apoiadores do Faraó do Bitcoin teriam tumultuado o procedimento e a decisão do caso do empresário foi adiada.
Nas últimas semanas, Mirelis começou a publicar vídeos no YouTube falando sobre sua vida pessoal, como conheceu Glaidson, a operação da GAS Consultoria após a prisão do Faraó e apontando a Igreja Universal como principal responsável pelo que vê como perseguição contra ela e seu marido.
Segundo ela, e o sucesso da GAS Consultoria seria alvo de preocupação da Igreja Universal e seu líder, o bispo Edir Macedo. “Ele podem me dar prisão perpétua, mas eu vou falar. Quem está por trás disso tudo é a Igreja Universal, é Edir Macedo. Porque ele tem raiva de um ex-pastor que prospera”, disse.
Mirelis ainda elaborou a acusação no vídeo: “Eles querem que os pastores sempre estejam dependendo deles. Quando dizem que querem que o povo prospere, isso é mentira. Para eles é melhor que pessoa esteja sempre necessitada e por isso vão à igreja. Se querem isso [a prosperidade do povo] porque pegam dinheiro? Como a pessoa vai prosperar?”, questiona.
Prisão do Faraó do Bitcoin
Glaidson foi preso na manhã do dia 25 de agosto de 2021 no âmbito da operação Kryptos da Polícia Federal, acusado de orquestrar uma fraude milionária. Na ocasião, outros suspeitos foram presos e outros se tornaram foragidos, como a esposa de Glaidson, Mirelis Zerpa.
A GAS Consultoria captava clientes com promessas de rendimentos que supostamente viriam do trade de criptomoedas. Mais tarde, seu modelo de operação, supostamente de uma pirâmide financeira, desencadeou uma série de investigações pelas autoridades brasileiras.
Durante a operação, os agentes da PF e Receita Federal apreenderam 591 bitcoins, dezenas de carros de luxo e mais de R$ 13 milhões em espécie.
No mês passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu um habeas corpus para Glaidson e os ministros da 5ª Turma revogaram sua prisão preventiva no caso referente à Operação Kryptos. No entanto, este é um dos quatro processos pelos quais Glaidson responde. Portanto, ele segue preso.
Bens bloqueados da GAS Consultoria
No momento, encontram-se bloqueados pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio cerca de R$ 400 milhões em criptomoedas e bens confiscados de Glaidson e sócios alvos da Operação Kryptos.
A juíza Rosália Moneiro Figueira, titular da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, considerou que esses bens podem ser transferidos para a União ao invés de serem usados para pagar os credores da GAS.
O que leva a magistrada a considerar a possibilidade da Justiça enviar os bens aos cofres do Governo é a não comprovação da origem dos ativos, pois, segundo investigadores federais, os bens podem pertencer a criminosos.
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