O Royal United Services Institute (ou RUSI, na sigla em inglês) publicou um relatório para avaliar os riscos de lavagem de dinheiro inerentes ao mercado de tokens não fungíveis (ou NFTs), questionando se a crescente febre de artes digitais se tornou em uma “nova fronteira” para a lavagem de dinheiro.
“Em primeiro lugar, NFTs são mais adquiridos com criptomoedas em mercados on-line. Criptomoedas são rotineiramente usadas para meios maliciosos, como ofuscar a fonte de lucros criminosos e, apesar de as transações serem rastreáveis, agentes criminais mais sofisticados utilizam uma variedade de técnicas para prejudicar investigações de autoridades policiais”, afirmou RUSI.
RUSI também afirma (assim como o Decrypt já havia debatido) que NFTs podem ser utilizados por lavadores de dinheiro de uma forma parecida à do mercado tradicional de artes.
“Atores criminais podem hacker a conta de usuários em mercados NFT e transferir os NFTs para si. Após transferir os NFTs, o hacker pode rapidamente vendeu o(s) token(s) roubados e tentar lavar os lucros”, explicou RUSI.
RISU também afirma que o aspecto digital desses tokens também dá margem para “outros novos riscos”.
Esses riscos incluem a possibilidade de criadores “esconderem” informações nos tokens que, em teoria, poderiam ser sobre vulnerabilidades de software.
Em seguida, o NFT poderia ser usado como “o mecanismo de transferência para compartilhar essa informação entre duas partes criminosas”.
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Como lidar com a lavagem de NFTs?
RUSI sugere que a estrutura regulatória aplicada às criptomoeda ao ponto de corretora “poderem ser aplicadas” a casas de leilão on-line para NFTs.
“Uma linha-base precisa ser estabelecida para empresas que queiram focar na indústria NFT.
Um sistema de políticas de ‘conheça seu cliente’ (KYC) e monitoramento contínuo, parecido com aqueles usados no mercado tradicional de artes e em conforme com corretoras de criptomoedas, precisam ser implementados”, argumentou RUSI.
Os especialistas britânicos também sugerem a criação de um registro de NFTs roubados ou fraudulentos, que imita o Registro de Artes Perdidas (ou ALR, na sigla em inglês) no mundo tradicional das artes.
Além disso, RUSI não é a única organização britânica que está de olho nos riscos de lavagem de dinheiro relacionados a esses tipos de tokens.
Este ano, um porta-voz da Unidade de Artes e Antiguidades da Polícia Metropolitana de Londres havia contado ao Decrypt que estavam “bem atentos” a esses riscos e que a tecnologia blockchain “permite que donos beneficiários finais escondam sua identidade”.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização de Decrypt.co.