A fabricante de hardwares taiwanesa TeamGroup anunciou na terça-feira (04) o lançamento de um SSD com capacidade de 12 Terabytes voltado exclusivamente para mineração da criptomoeda Chia (XCH), um projeto lançado nesta semana liderado por Bram Cohen, o criador do BitTorrent.
O método de mineração da Chia é diferente de outras criptomoedas que usam GPUs e ASICs para concluir cálculos e obter lucros. Segundo a empresa, o rendimento do minerador é diretamente proporcional à quantidade de espaço de armazenamento. De acordo com seu ‘Green Paper’, o objetivo é trazer de volta a mineração doméstica.
É justamente nesse ponto que a TeamGroup está de olho. Com a comercialização do novo produto — ‘SSD Expert PCIe’ — a empresa pretende ajudar o projeto Chia a trazer de volta — ou pelo menos facilitar — a mineração caseira por meio de um novo protocolo de consenso chamado “prova de espaço-tempo” (PoST).
“O PoST substitui o Proof of Work, que desperdiça grandes quantidades de energia”, diz um trecho do documento. Vale lembrar que houve tempos em que era possível minerar bitcoins em um simples computador, mas com a chegada das ASICs tudo mudou.
Os dispositivos SSD (sigla em inglês para ‘unidade de estado sólido) são considerados a evolução do disco rígido (HD). Na descrição do SSD T-Create — que é subsidiária da companhia — a empresa foca na nova criptomoeda Chia que ainda não tem um mercado definido, mas que desde o começo tem gente de peso que aposta nele.
Uma delas é a americana Andreessen Horowitz, que participou de uma rodada de investimentos no ano passado e que arrecadou US$ 3,3 milhões, conforme noticiou o Tech Crunch na época.
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Mineração da Chia em SSD
Em fevereiro, o presidente e COO da Chia, Gene Hoffman, explicou ao Coindesk como deve funcionar a mineração de XCH. “É super simples. Basta baixar a versão para Mac ou Windows e clicar duas vezes. Tenho certeza de que esta será a criptomoeda mais fácil para as pessoas comuns lidarrem”, comentou.
Ele explicou que em menos de 21 anos a criptomoedas será dominada pelo público, o que deve fazer do sistema uma economia descentralizada. “Ao contrário da maioria dos projetos, a propriedade da moeda não tem nada a ver com o protocolo — isso não é uma prova de aposta”, explicou Hoffman.
Empresa de hardware não gostou da ideia
O uso de SSDs para mineração já tem preocupado empresas que vendem o produto. A fornecedora chinesa de hardwares Galaxy, por exemplo, emitiu na semana passada um alerta sobre o uso do seu SSD na mineração de criptomoedas. Segundo a empresa, o dispositivo pode sofrer danos com seu uso excessivo e assim perder sua garantia. As informações são do site Toms Hardware.
Segundo o Wccftech, a procura por SSDs cresceu com a chegada da Chia e já provoca a falta do produto nas prateleiras. O site relatou que a fornecedora chinesa Jiahe Jinwei já não tem mais estoque. Por outro lado,a empresa também já anunciou oficialmente um novo projeto de produção em massa de SSD dedicado exclusivamente para a mineração de criptomoedas.