Empresa brasileira de criptomoedas não paga clientes e culpa projeto de lei que nem foi aprovado

MSK Invest aponta cenário instável com PL que ainda precisa passar por Senado
Imagem da matéria: Empresa brasileira de criptomoedas não paga clientes e culpa projeto de lei que nem foi aprovado

Foto: Shutterstock

A empresa MSK Invest, que se diz assessoria para aplicações em criptomoedas, parou de pagar seus clientes alegando que o cenário é de muita instabilidade após a Câmara dos Deputados ter aprovado o Projeto de Lei 2303/15.

A ligação entre uma coisa e outra é de difícil compreensão. O PL ainda tem que ser aprovado no Senado e sancionado pelo Presidente da República. Enquanto isso, as operações com criptomoedas continuam como sempre estiveram.

Publicidade

Nos últimos dias, dezenas de clientes estão reclamando que a companhia travou saques e sumiu com dinheiro depositado.

Em 21 dias foram mais de 27 queixas no Reclame Aqui. No perfil de Instagram diversos clientes acusam a empresa de estar impedindo saques. Até um grupo de WhatsApp com vítimas já foi criado.

Diante disso, a empresa não nega ter parado de pagar. Mas o motivo supreende: o PL aprovado na Cãmara.

“O nosso principal produto, semestral, se tornou muito grande, atingindo um limite operacional. Soma-se a isso a aprovação da (PL) 2303/15, que regulamentará o mercado de criptoativos onde teremos um novo contexto no mercado financeiro digital brasileiro. Por esses motivos e visando manter o respeito, compromisso e, acima de tudo, responsabilidade com o seu dinheiro nós, da MSK, tomamos a decisão de descontinuar o produto semestral enquanto esse cenário é reorganizado.”

MSK Invest no Instagram

A empresa deixa claro que não dá certeza nenhuma de devolução do dinheiro.

A mensagem termina com: “Solicitamos para que entre em contato com o seu agente ou gerente, pois ele detém todas as informações e contatos oficiais sobre como proceder nesse momento. Com a certeza de termos encontrado a melhor solução, nos colocamos à disposição e esperamos contar com você em projetos futuros”.

Em seu site, a empresa se apresenta como uma “assessoria em criptoativos e uma alternativa para quem quer possibilidades de rentabilidade, baixo risco e simplicidade”.

Publicidade

Não há detalhes de como o serviço é feito, onde o dinheiro é investido e como a operação ocorrer. Apenas um formulário para a pessoa preencher.

No Instagram tem respondido quase toda as reclamações, que estão acumuladas na seção de comentários de sua última publicação.

Diante de uma acusação de fraude, responde: “Entendo que o momento traga muita incerteza para diversos investidores, mas o senhor poderia por gentileza nos mostrar alguma prova ou evidência que comprove tal acusação ou algo ilícito?”.

Mas o final de suas réplicas tem sido igual: “Procure o seu agente ou gerente”.

Segundo formulário da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os fundadores da empresa são Glaidson Rosa e Carlos de Luca.

Na seção de breve comentário sobre a consituição da empresa, dizem: “Por meio de uma análise estratégica e macroeconômica, os sócios fundadores da MSK Operações e Investimentos Ltda. (“MSK Invest”), instituição especializada na assessoria de investimentos exclusiva em criptoativos criada em meados de 2015, Glaidson Rosa e Carlos de Luca, enxergaram a oportunidade de angariar e atender clientes e prospects além do mercado de criptoativos por meio das atividades de gestão de carteira de valores mobiliários”.

Contraponto da empresa

“Informamos que a MSKInvest atua há seis anos no mercado de criptomoedas e sempre honrou com os compromissos previstos em seus contratos. Por uma decisão de negócios, a companhia descontinuou o produto semestral de criptomoeda. A empresa está providenciando a restituição dos valores para os clientes desse produto, cujo perfil indicado era de alto risco.”

Matéria atualizada para inclusão do contraponto da MSK Invest.