Imagem da matéria: Embrapa avança em rastreamento de cana-de-açúcar com blockchain
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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, está aplicando a tecnologia blockchain em um projeto de pesquisa para o setor. Segundo nota do órgão, que é vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o estudo visa criar uma solução de rastreamento e controle de todo o processo de produção.

A ideia, diz o órgão, é gerar uma ferramenta que armazene, registre, organize e rastreie os processos e produtos agroindustriais dessa cadeia, garantindo maior confiabilidade e segurança das informações fornecidas ao consumidor sobre a origem das matérias-primas e insumos.

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A verba para o projeto (R$ 927.329,45) foi liberada há um ano está sendo administrada pela Embrapa Informática Agropecuária, de Campinas (SP); Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana); e Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (FAPED). 

Por meio de cooperação técnica, estudos se iniciaram com pesquisas para a geração de ativos e soluções tecnológicas baseados em inteligência artificial, rastreabilidade e sensoriamento remoto. Dois experimentos são conduzidos em conjunto com produtores de Piracicaba e Tambaú; outro é realizado em Charqueada, todos municípios no interior do estado de São Paulo, diz a publicação.

Blockchain e demanda por rastreabilidade

O consumidor hoje valoriza a transparência na cadeia produtiva dos alimentos. Segundo a Embrapa, ações como essa atende aos anseios da sociedade por produtos mais saudáveis, além da exigência do mercado internacional em saber como os alimentos são produzidos.

De acordo com Stanley Oliveira, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Informática Agropecuária, há uma demanda recorrente na agricultura pela rastreabilidade dos produtos e processos. Em geral, disse, sistemas em blockchain proporcionam uma forma segura e distribuída de informações que atendem às exigências dos consumidores.

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“Entre as principais vantagens está a invariabilidade das informações para todos os elos, criando assim um caminho confiável de procedência que fortalece toda a cadeia produtiva”, explicou na nota o pesquisador da Embrapa Alexandre de Castro.

Controle à distância

Segundo a Embrapa, o projeto prevê a criação de uma tecnologia baseada em sensoriamento remoto para organizar, processar e disponibilizar em nuvem imagens de satélite proximais, suborbitais e orbitais. O sistema deve contribuir e apoiar o planejamento e o controle operacional das lavouras da cana-de-açúcar.

O projeto inclui a geração de processos agropecuários, softwares, modelos, banco de dados e metodologia técnico-científica, diz o órgão, acrescentando que também vai criar um sistema com banco de imagens para detecção de doenças das plantas e pragas daninhas. “O diagnóstico vai permitir aos produtores a adoção de medidas de controle com mais rapidez e eficiência”.

Para o gerente técnico corporativo da Coplacana, Francisco Severino, trata-se de um novo modelo de trabalho que traz segurança e promove maior integração.

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O sistema na prática

Conforme explicou a Embrapa, com o desenvolvimento de um sistema de rastreabilidade usando blockchain, as embalagens dos produtos da usina parceira vão receber um selo “Tecnologia Embrapa” e um código QR.

“Assim, será possível disponibilizar todas as informações coletadas, desde a produção no campo até a chegada ao consumidor final, passando pela moagem da cana-de-açúcar, extração na usina, distribuição e comercialização desses produtos”, concluiu.

Blockchain para etanol

De acordo com a Embrapa, uma solução tecnológica de blockchain que será desenvolvida pela Embrapa e pela Safe Trace poderá ser empregada em toda a cadeia produtiva da Usina Granelli, por meio do programa Renovabio.  A equipe do projeto está trabalhando no desenho dos processos agroindustriais para rastrear os Cbios, além de fazer o levantamento de certificações de interesse estratégico do programa.

“A solução poderá ser empregada em toda a cadeia produtiva, passando pela produção de matéria-prima, industrialização e comercialização”, diz a nota. O sistema vai registrar todas as etapas  —  extração, tratamentos, fermentação e destilação para etanol nas unidades agroindustriais.

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