Em 25 anos, Real perdeu mais de 80% do poder aquisitivo, diz estudo

Uma nota de R$ 100 pagava o salário mínimo em 1994 e ainda sobrava troco, é o que afirma uma reportagem na coluna ‘O que é que eu faço, Sophia?’ do portal R7. A página é específica para responder perguntas do leitor sobre economia, dinheiro e direitos.

A nota de R$ 100 chegou junto com o Plano Real, implantado no Brasil em fevereiro de 1994 no governo de Itamar Franco (1992 a 1995) após sucessivas trocas e planos monetários.

Passados 25 anos, a mesma nota agora vale apenas R$ 16,75, segundo um estudo realizado exclusivamente para o site.

Desde então, o Real já perdeu 83,25% de seu poder aquisitivo, apontou a pesquisa realizada pelo matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho.

Ele calculou uma inflação de 496,88% de 1º de julho de 1994 até 1º de fevereiro de 2019.

Segundo Dutra, para consumir a mesma quantidade de produtos ou serviços que em 1994 se pagava com R$ 100, hoje o consumidor tem que desembolsar R$ 596,88 a mais.

R$ 1 milhão embaixo do colchão

Para exemplificar, quem guardou R$ 1 milhão em casa naquela época, quantia que daria para comprar um apartamento de luxo, hoje mal compraria um popular — o valor equivalente atual seria de cerca de R$ 170 mil, diz o site.

Caso a mesma quantia fosse depositada em uma conta poupança, hoje o montante seria de aproximadamente R$ 12 milhões, calculou o matemático, frisando o quanto é importante sempre visar o mínimo de rendimento e nunca deixar o dinheiro parado.

No entanto, o especialista disse que há o que se comemorar:

“Se durante todos esses anos, o real perdeu 83,25% do poder de compra da moeda, no período de apenas um ano na época da hiperinflação o Brasil perdeu muito mais do que isso”.

Ele lembrou que em apenas um mês, entre março e abril de 1990, a inflação oficial divulgada naquela ocasião foi de 84,32%, logo, o Real hoje pode ser considerado como um triunfo.

“É uma vitória que a moeda tenha mantido poder de compra mesmo depois de tantos anos” concluiu.