Elon Musk planeja transformar o Twitter em um superaplicativo com pagamentos, como o chinês WeChat

Segundo o bilionário, WeChat é um “bom modelo” a ser seguido pelas próximas versões do Twitter, caso prossiga com a compra do plataforma
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(Foto: Shutterstock)

Elon Musk, CEO da Tesla, não descartou a possibilidade de, caso avance com sua aquisição do Twitter, a plataforma de rede social se torne um “superapp” similar ao chinês WeChat, que também realiza pagamentos.

Musk participou nesta quarta-feira (19) do podcast “All-In”, apresentado por Chamath Palihapitiya, Jason Calacanis, David Sacks e David Friedberg.

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“Uma das coisas mais interessantes que surgiram no seu roteiro de desenvolvimento de produto foi a possibilidade de o Twitter se tornar uma espécie de supperapp com pagamentos inclusos, talvez até dogecoin”, relembrou Calacanis.

Musk concordou que o WeChat é “um bom modelo” a ser seguido e que é algo que também precisa estar disponível fora da China.

“Se você está na China, você meio que vive no WeChat, pois ele faz tudo. É uma espécie de Twitter misturado com o PayPal e diversas outras coisas. Tudo em um só [lugar] […] [com] ótima interface. É um aplicativo realmente excelente”, explicou Musk.

De acordo com o diretor da Tesla, “não temos nada parecido [com o WeChat] fora da China” e ter um aplicativo desses “seria muito útil”, pois também daria a criadores de conteúdo uma fonte de receita, permitindo que publiquem vídeos enquanto usuários podem publicar comentários livres de spam.

Pagamentos, sejam estes em criptomoedas ou moedas fiat (ou fiduciárias), podem fazer “muito sentido” a partir dessa perspectiva, afirmou Musk.

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Mas ele enfatizou que tal superapp não necessariamente precisaria ser desenvolvido no Twitter, pois poderia ser “algo criado do zero”.

“Poderia ser algo novo, mas acho que isso precisa existir”, afirmou o bilionário, acrescentando que deve ser uma plataforma “absurdamente confiável e inclusiva”, onde pessoas possam realizar diversas tarefas digitais e ideias importantes possam ser debatidas.

De acordo com Musk, “só queremos algo que seja extremamente útil e que as pessoas vão adorar usar. Isso precisa acontecer de alguma forma”.

A saga de aquisição do Twitter por Musk

O diretor da Tesla havia oficialmente revelado seu interesse em adquirir o Twitter em um documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA (ou SEC, na sigla em inglês), afirmando que queria tornar a empresa em uma plataforma privada.

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Os outros planos de Musk incluem tornar aberto o código do Twitter, apresentar um botão de edição para tuítes, bem como combater esquemas cripto e robôs de spam.

Musk também compartilhou a ideia de acrescentar dogecoin (DOGE), a criptomoeda de meme que ele promoveu diversas vezes, como um meio de pagamento para usuários do serviço premium de assinaturas do Twitter.

Em 25 de abril, o comitê do Twitter aceitou a oferta de aquisição de US$ 44 bilhões do bilionário, em que a corretora cripto Binance e diversos outros grandes investidores deram seu apoio financeiro à aquisição.

Na semana passada, o acordo foi colocado em risco após Musk dizer que a aquisição estava “temporariamente suspensa” até ele conseguir verificar que, conforme afirmou a Reuters, menos de 5% dos usuários do Twitter eram “contas de spam/falsas”.

Musk reiterou sua opinião na terça-feira (17), afirmando que o acordo pode “não avançar” até o Twitter fornecer mais informações sobre quantas contas falsas existem na plataforma.

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20% fake/spam accounts, while 4 times what Twitter claims, could be *much* higher.

My offer was based on Twitter’s SEC filings being accurate.

Yesterday, Twitter’s CEO publicly refused to show proof of <5%.

This deal cannot move forward until he does.

— Elon Musk (@elonmusk) May 17, 2022

Ele também sugeriu que, na realidade, cerca de 20% da plataforma pode ser composta de contas falsas ou de spam e não descartou a possibilidade de renegociar o acordo, fazendo com que ele pague um preço menor.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.