O Rio de Janeiro se transformou nesta semana na capital da Web3 no Brasil com o Blockchain Festival, evento que vai até o dia 14 e que reúne grande a nata das referências técnicas e institucionais sobre os temas ligados à tecnologia blockchain e os avanços mais recentes dessa área.
Como não poderia deixar de ser, um das estrelas do evento deste ano é o projeto do DREX, novo nome do real digital, a CBDC da moeda fiduciária brasileira. O tema está presente em diversos paineis, que mostram desde o andamento dos projetos de alguns dos consórcios aprovados pelo sandbox do Banco Central do Brasil até sua aplicabilidade em diversos setores da nossa economia.
Um dos exemplos do potencial dessa tecnologia no dia a dia veio no painel do consórcio Caixa Econômica Federal, Elo e Microsoft, realizado na terça-feira (12). Foi uma demonstração de como o DREX pode simplificar a vida do usuário final dentro dos programas sociais do Governo Federal que são ofertados pela Caixa.
Se hoje, por exemplo, um beneficiário do Bolsa Família e da Inclusão Produtiva Rural usa um cartão específico para cada programa, com a interoperabilidade que a tecnologia blockchain traz em suas soluções, pode-se se projetar a possibilidade de um cadastro único e descentralizado deste cidadão. Com sua wallet, ele recebe seus auxílios em DREX, com mais transparência e menos burocracia.
O envolvimento de agentes públicos que atendem a grande massa é fundamental para a construção de uma cultura de aderência às soluções e à própria tecnologia blockchain. A realidade de construção desta cultura é mais a longo prazo do que os heavy users apregoam; os mais antigos vão se recordar como foi a aderência à Web2, a famosa Internet.
A aderência popular precisa ser paulatina, com muita informação, pontuadas às constantes ações de educação financeira e desenvolvimento dos pertinentes debates jurídicos e regulatórios envolvidos para o nascimento do DREX. Esse ponto foi muito bem abordado no painel “Mass Adoption: Desafios e Oportunidades”, no palco Women in Ethereum.
Já no final da tarde de terça, o painel “Como criar projetos de inclusão na web3”, trouxe vários exemplos já em andamento para a criação e fortalecimento desta cultura blockchain dentro de setores da nossa sociedade. Foram apresentados casos de educação de crianças e adolescentes através de projetos sociais e de capacitação de mulheres em áreas que ainda possuem pouca representatividade feminina, como por exemplo entre os desenvolvedores Web3.
Nesta discussão, para concluir meu texto, cito a fala de Inaiara Florêncio, diretora de marketing e influência do Mercado Bitcoin no painel acima:
“Para que a Web3 alcance seu potencial máximo, precisa ser adotada em larga escala. Quando as pessoas entendem como as coisas funcionam, elas podem tomar decisões informadas e controlar seus próprios dados e ativos digitais. Isso promove o empoderamento individual. E não digo isso no sentido de ensinarmos todas terminologias e conceitos técnicos, falo sobre mostrarmos os reais benefícios para que as pessoas se empoderem de suas tomadas de decisões.”
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Sobre o autor
Carlos Eduardo Moura é editor do Portal do Bitcoin
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