Changpeng Zhao, CZ, CEO da Binance
(Foto: Divulgação)

O criador e CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, deu um passo em falso nesta terça-feira (22) na luta de xadrez pelo domínio do setor de criptomoedas. Desta vez o executivo disparou contra a Coinbase, dando a entender que a maior corretora dos Estados Unidos não tinha em sua posse todo bitcoin que alega ter. Porém, minutos depois apagou a publicação e pediu desculpas.

No seu primeiro tuíte, CZ apontou uma suposta contradição: a Coinbase ter 635 mil bitcoins em custódia para a Grayscale, enquanto quatro meses atrás, a corretora tinha menos de 600 mil BTCs em caixa, segundo uma publicação do site Bitcoinist.

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“Apenas ressaltando ‘notícias da imprensa’, não estou fazendo nenhuma alegação”, disse o CEO da Binance no tuíte. Apesar disso, a mensagem CZ dá a entender que não há segregação entre os fundos da Coinbase como corretora e Coinbase como custodiante institucional — o que não é verdade.

Após uma enxurrada de críticas, CZ notou o erro e excluiu o tuíte: “Brian Armstrong [CEO da Coinbase] acabou de me dizer que os números naquelas reportagens estão errados. Apaguei o tuíte. Vamos trabalhar juntos para melhorar a transparência dessa indústria”.

A custódia da Coinbase entrou em debate nesta semana pelo fato de a Grayscale, maior gestora de bitcoin do mundo, ter anunciado que não iria fazer a prova de reservas das criptomoedas que compõem seus fundos por “motivos de segurança”. 

Quem faz a custódia dos fundos da gestora é a Coinbase Custody Trust Company, que garantiu em carta aos investidores: “Os ativos subjacentes a todos os produtos de ativos digitais da Grayscale mantidos na Coinbase Custody estão seguros”.

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Veja abaixo, na ordem, o ataque e o pedido de desculpas de CZ:

O poder da palavra

A publicação de CZ deixou todo o mercado cripto em alerta. Afinal, grande parte da corrida de clientes da FTX para retirar fundos da corretora foi motivada por uma tuíte do executivo.

No dia 6 de novembro, o CEO da Binance farejou sangue na FTX, então a maior concorrente no mercado da sua empresa, e partiu para o ataque. Ele anunciou no Twitter que iria liquidar todo o estoque do token FTT, a moeda nativa da FTX.

“Como parte da saída da Binance do patrimônio da FTX no ano passado, a Binance recebeu cerca de US$ 2,1 bilhões equivalentes em dinheiro (BUSD e FTT). Devido a recentes revelações que vieram à tona, decidimos liquidar qualquer FTT remanescente em nossos livros”, escreveu.

CZ se referia ao fato de o portal Coindesk ter revelado um documento que demonstrava que o balanço da Alameda era fortemente dominado pelo FTT. Antes disso, a relação entre CZ e Sam Bankman-Fried já vinha azedando. O fundador da FTX provocou CZ, dizendo de forma indireta que o concorrente poderia ser preso se fosse aos Estados Unidos. Quando o CEO da Binance disparou no Twitter, SBF tentou voltar atrás e disse: “Faça amor (e blockchain), não faça guerra”.

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De nada adiantou. A corrida dos clientes para liquidar FTT e outros ativos na FTX mostrou que a corretora não tinha nem de perto a quantia suficiente para redimir todos os saques. A empresa colapsou, congelou os saques e entrou em um processo de recuperação judicial.

O mercado de criptomoedas vem sendo abalado desde então: o bitcoin atingiu seu menor preço em um período de dois anos nesta terça-feira (22) ao bater US$ 15.719.

Coinbase garante fundos

Conforme mostra reportagem do Decrypt, o preço das ações da Coinbase atingiram uma nova baixa histórica de US$ 40,61 na segunda-feira (21). A empresa usou o colapso da FTX para se comercializar como uma corretora mais confiável e compatível, mas isso não impediu que suas ações despencassem à medida que se abala a confiança no mercado cripto.

A Coinbase também divulgou um comunicado dizendo que seria impossível uma corrida de retirada de fundos afetasse de forma fatal a empresa, afirmando que os ativos dos clientes são garantidos na proporção de um para um.

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