Imagem da matéria: De boas-vindas a restrições: mineração de bitcoin se torna problema no Cazaquistão
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Quando a China baniu a mineração de bitcoin (BTC) em maio, diversos especialistas de cripto debocharam da decisão, e não apenas porque o país havia tentado proibir antes e falhado.

As fazendas de mineração seriam carregadas e enviadas a outros locais porque a beleza das redes descentralizadas significa que são sem fronteiras. Cripto sempre encontra um caminho.

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Porém, mineradores que chegaram ao Cazaquistão sobrecarregaram tanto o sistema elétrico do país que o governo passou de dar as boas-vindas a eles para limitar o consumo e obter mais energia da Rússia, de acordo com um artigo recente do Financial Times.

Desde o início do ano até agosto, o Cazaqustão passou de totalizar 6% da hashe rate da rede Bitcoin para 18%, de acordo com o Índice de Consumo de Eletricidade do Bitcoin da Universidade de Cambridge (CBECI).

Isso torna o país no segundo maior minerador da rede, atrás dos Estados Unidos, com 35%, e deixa uma margem de 11% entre ele e a Rússia.

O Cazaquistão é o segundo maior país a contribuir para a taxa de hashes da rede Bitcoin (Imagem: Stacy Elliott/Decrypt)

Mas mesmo esses números não são suficientes para capturar a magnitude de quanto a mineração de criptomoedas avançou no Cazaquistão.

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Desde a última vez em que o CBECI lançou estimativas da taxa de hashes por país, em agosto, a taxa total da rede aumentou 43%. Caiu drasticamente conforme fazendas de mineração foram desligadas após a proibição na China e se recuperou de forma estável para o nível registrado em abril.

O gasto passou de 19,7 terahashes por segundo (ou TH/s) para 28,2 TH/s.

Para fins de contexto, uma fazenda de mineração com 2,5 mil máquinas, como a do serviço de mineração cripto Xive, teve de encerrar suas operações no sul do Cazaquistão teria gerado quase 57,5 mil TH/s se estivesse usando as populares máquinas da série Antminer.

O aumento na taxa de hashes do início de agosto até agora é o mesmo que construir mais 147 instalações daquele tamanho.

A taxa de hashes da rede Bitcoin quase duplicou desde julho (Imagem: Stacy Elliott/Decrypt)

Segundo o que Didar Bekbau, cofundador da Xive, disse em outubro, durante uma live com a Compass Mining, a situação esteve evidente por um tempo. Mineradores do país já estavam começando a se desconectar da rede elétrica por conta das falhas de eletricidade.

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Então não foi surpreendente quando, na semana passada, Bekbau publicou um vídeo no Twitter de um contâiner com as últimas máquinas de mineração da empresa, afirmando que a Xive estava encerrando sua fazenda de mineração.

É o risco de buscar por custos de energia mais baratos, mesmo em um país que, anteriormente, havia acolhido a comunidade de mineração cripto.

Historicamente, a Cazaquistão produz o dobro da energia que consome, de acordo com a organização não governamental Agência de Energia Internacional (ou IEA).

Os preços de energia do país variaram em US$ 0,04 por quilowatt/hora (kWh) em março, segundo o site GlobalPetrolPrices. É metade do custo de eletricidade na China, de US$ 0,08, e 1/3 do custo cobrado nos EUA, de US$ 0,12.

O país espera que a mineração cripto acrescente US$ 1,5 bilhão à economia nos próximos cinco anos, de acordo com a Associação Nacional de Blockchain e Centro de Dados da Indústria.

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Mas a organização sabe que grande parte das empresas de mineração cripto não estão devidamente registradas.

“O número de 98 bilhões de tenge [a moeda nativa do Cazaquistão] é apenas um efeito econômico de empresas que estão oficialmente envolvidas na mineração”, afirmou Alan Dordzhiev, presidente da associação, em uma declaração divulgada no início de novembro.

“Se levarmos em consideração os mineradores não registrados, então esse número pode ser multiplicado por dois.”

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização de Decrypt.co.

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