Imagem da matéria: CVM rejeita acordo em caso envolvendo possível operação fraudulenta com debêntures
Foto: CVM/Divulgação

*Atualização: Diferentemente do informado, a Venture Capital Participações e Investimentos S.A não está envolvida em fraude de debêntures. Na verdade, ela está sendo investigada pela CVM por possível operação fraudulenta. O texto foi corrigido e acrescentado uma nota da empresa.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou a proposta de Termo de Compromisso (TC) da Venture Capital Participações e Investimentos (VCI) em Processo Administrativo Sancionador (PAS) que foi aberto para “apurar irregularidades detectadas atreladas a emissão e distribuição de debêntures” que captou cerca de R$ 34 milhões.

Publicidade

De acordo com o processo, a emissão de debêntures em questão visava financiar a construção do Hard Rock Hotel no Ceará, com aquisição de bens imóveis em Paraipaba, Distrito Lagoinha.

O PAS foi instaurado pelas Superintendências de Registro de Valores Mobiliários (SRE) e de Relações com Investidores Institucionais (SIN) em 2018.

Não mostrou quitação para CVM

Conforme o documento CVM SEI 19957.008816/2018-48, de 31/10/2018, 19 empresas físicas e jurídicas fazem parte do processo. Apenas três delas — VCI, e os sócios Fábio Sampaio Neri e Samuel Dias Scchierolli Junior apresentaram uma proposta de acordo. Eles são, respectivamente, presidente e vice-presidente da Venture.

De acordo com a publicação da autarquia, a Procuradoria Federal Especializada (PFE-CVM) atestou não haver nenhum impedimento para realizar o acordo, “desde que os interessados demonstrassem a total quitação de suas obrigações em relação aos debenturistas, não havendo nenhum outro prejuízo apurado”.

Publicidade

Segundo a CVM, essas obrigações estavam listadas da seguinte forma:

  • Quitação integral em dinheiro, pela VCI até o dia 8/4/2020, das debêntures de sua emissão;
  • Pagamento à CVM de R$ 16.696.727,35, divididos da seguinte forma:
  • Venture Capital Participações e Investimentos S.A.: R$ 8.348.363,67.
  • Fábio Sampaio Neri: R$ 4.174.181,84.
  • Samuel Dias Scchierolli Junior: R$ 4.174.181,84.
  • Não realizarem ou atuarem em novas ofertas públicas com esforços restritos de distribuição, pelo prazo de 5 anos, nos termos da Instrução CVM 476.

Diante disso, escreveu a autarquia, o CTC (Comitê de Termo de Compromisso) sugeriu a rejeição do acordo. O despacho foi o seguinte:

“O Colegiado da CVM acompanhou o CTC e rejeitou o Termo de Compromisso com a Venture Capital Participações e Investimentos S.A., Fábio Sampaio Neri e Samuel Dias Scchierolli Junior”.

Contraponto da Venture Capital Participações e Investimentos S.A

Em nota encaminhada ao Portal do Bitcoin, a VCI “informou que não concorda com o “valor abusivo” sugerido pela CVM. A empresa afirmou que todo o valor principal da debênture foi antecipadamente pago. Até a presente data, R$37,5 milhões já foram devidamente quitados antecipadamente, sendo o valor principal da captação no montante de R$33,5 milhões, e a diferença paga a título de juros e remuneração aos debenturistas, corroborando com a defesa da Companhia pela inexistência de fraude.

O valor final remanescente dos juros, representativos de aproximadamente 10% apenas, já está em processo de liquidação, conforme assembleia geral de debenturistas. Informou, ainda, que não houve nenhum prejuízo financeiro causado e que a oferta estava dentro das normas da instrução 476, sem necessidade de informação ou autorização prévia da CVM.”

VOCÊ PODE GOSTAR
criptomoedas, criptoativos, regulação, Brasil, projeto de lei

Fundos de criptomoedas do Brasil captaram R$ 133 milhões na última semana

Resultado geral dos fundos de criptomoedas é fraco, mas já é melhor do que primeira semana do ano, que registrou déficit de US$ 63 milhões 
Jovem estende a mão para hologramas de smartphone e figuras geométricas em tons azuis e roxo de azul

Tokenização sob a perspectiva do BIS e do Banco Central do Brasil | Opinião

Camila Cavaton destaca as recentes discussões feitas sobre tokenização pelo BIS e BCB
moeda de bitcoin com bandeira do brasil ao fundo (1)

Fundos de criptomoedas do Brasil captaram R$ 1,4 bilhão em 2024

Em 2024, o Brasil se consolidou como o terceiro país no mundo com os maiores investimentos em fundos de ativos digitais