Muitos países estão em processo regulatório do mercado de criptomoedas, como Japão, Malta, Estado Unidos, ainda que em partes, e a maioria deles tem inserido, nas novas leis, a aplicação de impostos sobre os ganhos de capital em criptoativos.
Muitos profissionais no setor financeiro se especializam para fazer esse tipo de trabalho, ‘configurá-lo’’ de modo que no final seu cliente pague menos impostos e de forma legal.
O americano Tim Picciott, consultor financeiro, ou ‘conselheiro libertário’, como publicou o News Bitcoin, que o entrevistou, falou sobre o planejamento que ele faz para seus clientes no novo mercado.
Picciott se especializou em criptomoedas. Ele disse que há vários métodos que as pessoas não conhecem e que podem ajudá-las a evitar impostos pesados em ganhos de capital.
Formação em meio à crise financeira global
O consultor se formou no mesmo tempo em que o quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, Lehman Brothers, pediu sua concordata após incorrer em perdas bilionárias em decorrência da crise financeira global, em 2008.
Ele relatou que, na época, começou a aprender sobre o Bitcoin após ler os escritores G. Edward Griffin e Ron Paul. Na ocasião, uma unidade da criptomoeda custava apenas US$ 3, e que lamenta até hoje não ter comprado algumas unidades.
Basendo-se em Paul, que sempre pregou um movimento libertário na política americana, Picciott começou a desconfiar do sistema financeiro.
Ele se aproximou, então, do portal Freedom´s Phoenix, de Ernest Hancock, um ‘filósofo libertário’ que, segundo ele, o ajudou a ‘enxergar’ o mercado de criptomoedas.
O consultor disse que um diferencial para ele ter seguido com estudos sobre as criptomoedas foi sua visão natural que reconhece que há muitos problemas no sistema financeiro atual.
“Eu vejo o sistema atual escravizado. Não gosto de ser escravo, não quero ser e não desejo isso para os meus filhos. Eu vejo nas criptomoedas uma maneira de contornar todos esses intermediários e ignorar muitos desses ‘parasitas’ para realmente libertar a humanidade”, disse Picciott.
Primeiras consultorias
Questionado sobre como começou realmente a ajudar ricos a evitarem impostos e ganharem capital, o especialista respondeu:
“Eu estava numa festa do Ernest e lá estavam muitos ricos e hodlers de criptomoedas. Ele então veio até mim e disse que havia muitos emergentes no local que precisavam de conselhos financeiros”.
Ele contou que havia um rico que não tinha nenhum herdeiro e não sabia o que fazer com os ganhos de capital gerados pelas suas criptomoedas.
Picciotto sabia exatamente o que fazer no sistema financeiro tradicional, mas ali ele disse que ficou meio acuado, não tinha experiência alguma na criptoeconomia.
Passado algum tempo, após mais estudos, reuniões e participação em conferências, o consultor começou a criar métodos específicos para ‘cripto-ricos’.
Os primeiros ativos de seus clientes que receberam os ‘toques’ dos seus métodos foram as IRAs (Individual Retirement Account), um fundo similar à previdência privada no Brasil, e planos de aposentadoria oferecidos pelos empregadores, chamados 401K, como o nosso FGTS.
Picciott disse que umas das coisas que ele viu no ano passado foram pessoas vendendo suas aplicações (IRA e 401K) para comprar bitcoins, o que foi um excelente investimento.
Porém, na hora de sacar eles tiveram que arcar com as taxas, e é aí que ele disse que entra com seus métodos.
Há como evitar taxas de 10%, por exemplo, transferindo esses fundos tradicionais para outros que têm um tratamento fiscal diferenciado, como a opção Roth, explica Picciott. Digamos que depois de um ano você tem mais de um milhão, e todo o ganho foi isento de impostos e de forma legal.
Ele também salientou que não há uma estratégia comum, cada caso é estudado de uma maneira diferente.
Tem que estar dentro da lei
Sobre os investidores que mantêm suas criptomoedas em bolsas como a Coinbase, por exemplo, e optam por não pagarem impostos, o consultor disse que eles estão na mira do governo e cita Al Capone.
“Quando eles pegaram Al Capone por toda a sua atividade criminosa, foi porque o IRS (Receita Federal dos EUA) veio até ele e disse: ‘Como você tem essas cinco lanchas e mansões e alega que não fez nada?”.
Ele ainda ressalta que sacar US$ 100 é uma coisa, mas várias vezes de US$ 1.000 o governo já fica de olho.
Picciott também frisou que o governo ainda é incompetente pelo fato da nova tecnologia ainda estar engatinhando, e isso está muito além do que eles compreendem no momento.
No entanto, ele ressaltou que se você morar nos Estados Unidos e declarar que recebe apenas US$ 50 mil por ano e dirige uma Ferrari, certamente vai atrair sua atenção.
“Meus métodos são uma maneira de melhorar todas as partes, exceto pro IRS. Com os IRAs, trusts e instituições, eles [os cripto-ricos] podem evitar enormes quantias aos cobradores de impostos”, finalizou Picciotto.
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