Imagem da matéria: Criador da pirâmide BlueBenx, Roberto Cardassi é extraditado para o Brasil
Roberto de Jesus Cardassi, CEO da BlueBenx (Foto: Victor Affaro/Divulgação BlueBenx)

O criador da pirâmide financeira BlueBenx, Roberto Cardassi, foi extraditado de Portugal para o Brasil e está preso em território brasileiro desde 20 de fevereiro. A informação foi confirmada ao Portal do Bitcoin pelo escritório França & Oliveira Advogados, que recentemente assumiu a defesa do acusado.

Cardassi havia sido detido em julho do ano passado em Portugal pela Polícia Judiciária na cidade de Braga. O suspeito responde por fraude e lavagem de dinheiro no Brasil, de onde sumiu depois que a Bluebenx ruiu em 11 de agosto de 2022, parando de pagar os clientes. A empresa criou sua própria criptomoeda e prometia retornos de até 66% ao ano, tendo deixado um prejuízo de R$ 160 milhões aos clientes.

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A defesa de Cardassi impetrou Habeas Corpus na última sexta-feira (7) e aguarda decisão da liminar para relaxamento da prisão preventiva.

“O inquérito policial continua em andamento, e não há previsão, até este momento, para a conclusão das investigações, de modo que, a manutenção da prisão do investigado é medida ilegal”, disse a advogada Melissa Amorim de França.

Ela, que também faz a defesa de William Batista, sócio da BlueBenx que atualmente está solto, diz que os investigados estão colaborando com a justiça, “visto que, também foram vítimas do ataque hacker sofrido, e buscam tão somente elucidar os fatos e trazer a verdade a tona”.

“Aguardaremos a conclusão das investigações, com o competente relatório final da Autoridade Policial e eventual oferecimento da denúncia pelo Ministério Público para apresentação da defesa dos interesses dos investigados, dentro do prazo legal”, concluiu França.

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O colapso da BlueBenx

“A recente prisão e extradição do CEO da Bluebenx representa um marco significativo no combate a crimes envolvendo criptoativos”, disse o advogado Vitor Gomes Rodrigues de Mello, que representa vítimas da empresa. “Vejo essa ação como um passo crucial na busca por justiça e na proteção dos investidores brasileiros. A extradição e prisão de indivíduos envolvidos em esquemas fraudulentos reforçam a mensagem de que crimes dessa natureza não ficarão impunes, independentemente de onde sejam cometidos.”

A Bluebenx foi fundada em 2017 e atraiu milhares de investidores. Tal era o volume de captação, que a operação foi flagrada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como uma oferta irregular de investimentos — algo recorrente em casos de pirâmides financeiras.

Para justificar a interrupção dos pagamentos, a empresa alega ter sido vítima de um ataque hacker “extremamente agressivo”, mas depois mudou a narrativa alegando ter sido vítima de um golpe de falsa listagem.  

O então advogado da companhia, Assuramaya Kuthumi, afirmou na época que a empresa havia perdido R$ 160 milhões no incidente. Evidências on-chain, no entanto, localizaram uma perda de apenas R$ 1,1 milhão em tokens que a BlueBenx supostamente perdeu ao cair em um esquema de falsa listagem, transferidos posteriormente para a corretora Binance, segundo apuração do Portal do Bitcoin na época.

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Cardassi foi convocado para falar na CPI das Pirâmides Financeiras na condição de testemunha, mas não compareceu por estar foragido na ocasião. Emseu relatório final, a CPI recomendou que o Ministério Público fosse atrás de Roberto Cardassi para apurar sua conduta na Bluebenx e, se necessário, propor uma ação penal.




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