Os credores da GAS Consultoria, empresa de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin”, ainda não sabem o quanto dinheiro o empresário ainda pode devolver para somar aos valores dos bens já apreendidos e que estão na posse da justiça. A informação foi lançada pelo jornal O Globo nesta manhã de quarta-feira (21).
O que se sabe até o momento é que a polícia apreendeu cerca de R$ 400 milhões oriundos da Operação Kryptos do ano passado, valor ainda muito distante dos R$ 19 bilhões exigidos pela Justiça do Rio na última segunda-feira (19).
Além do depósito, comenta a publicação, a juíza da 3ª Vara Federal Criminal, Rosália Monteiro Figueira, determinou outras medidas, como recolhimento do passaporte de Glaidson.
Conforme apurou o jornal, constam até o momento 122.072 investidores que fizeram a inscrição em um site, cuja soma dos valores devidos é de cerca de R$ 9 bilhões.
Acerca das medidas cautelares, o advogado de Glaidson, Ciro Chagas, acredita que pode haver erro na decisão da magistrada. E chamou de lamentável a imposição de condições de pagamento para a concessão de ordem de soltura ao réu. Em nota ao O Globo, ele disse:
“E também trata sobre valores não condizentes com a realidade da empresa. Interpreta fluxo de movimentações de entrada e saída nas contas da empresa ao longo de anos, como se saldo devedor fosse. Sendo assim, a defesa deixa manifesta sua irresignação com referida decisão que será certamente revista”.
Segundo O Globo, há uma ação de recuperação judicial que ainda não foi apreciada pela Justiça Federal porque Glaidson não pagou as custas do processo. O “Faraó do Bitcoin” responde a quase 300 processos movidos por clientes na esfera civil. Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal mostraram que o negócio de trade com criptomoedas de Glaidson movimentou R$ 38 bilhões.
Habeas corpus e candidatura a deputado
Na semana passada, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região concedeu Habeas Corpus para Glaidson Acácio dos Santos, o chamado Faraó do Bitcoin, mas o criador da GAS Consultoria irá continuar detido devido à prisão decretada em outros processos aos quais responde. O Habeas Corpus foi concedido em uma ação na qual a defesa de Glaidson pede que ele possa responder pela acusação em prisão domiciliar.
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Mas a situação é mais complexa. Glaidson responde também na instância estadual pela acusação de crimes graves, como homicídio e tentativa de homicídio.
No último dia 12, o Tribunal Regional Eleitoral no Rio de Janeiro (TRE/RJ) também proibiu Glaidson de concorrer nas eleições deste ano, negando o registro de sua candidatura. Ele pretendia concorrer a uma cadeira de deputado federal pela legenda Democracia Cristã.
Segundo publicação do MP Eleitoral, TRE/RJ concordou em decisão unânime dos ministros de que Glaidson está inelegível por ser “dirigente de estabelecimento financeiro objeto de processo de liquidação nos 12 meses antes da decretação desse processo (art. 1º, I, i, da LC 94/1990)”, ou seja, uma condição de inelegibilidade menos usual entre políticos, disse o órgão.
Em outra publicação na terça-feira (13), O Globo informou que Glaidson também virou alvo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), onde a área técnica da autarquia passou a enxergar contrato de investimento fraudulento no esquema do empresário.
Prisão do “Faraó do Bitcoin”
Glaidson foi preso na manhã do dia 25 de agosto de 2021 no âmbito da Operação Kryptos. Na ocasião, outros membros do esquema foram presos enquanto outros conseguiram escapar da polícia e fugir do Brasil, como a esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa.
A GAS Consultoria captava clientes com promessas de rendimentos que supostamente viriam do trade de criptomoedas. Mais tarde, seu modelo de operação, supostamente de uma pirâmide financeira, desencadeou uma série de investigações pelas autoridades brasileiras.
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