CPI das Pirâmides Financeiras quer convocar chefe da Grow Up para explicar calote em clientes

A Grow Up prometia entregar rendimentos acima do normal com trade de criptomoedas, mas parou de pagar os clientes no fim de 2022
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Gleidson Costa (centro) em montagem ao lado de Messi e Cristiano Ronaldo (Foto: Reprodução/Instagram)

O deputado Caio Vianna (PSD/RJ) entrou com um pedido na última sexta-feira (1º) para que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que trata das Pirâmides Financeiras convoque, como testemunha, o presidente da Grow Up Club, Gleidson da Costa Gonçalves.

A Grow Up é uma empresa que captava dinheiro dos investidores com a promessa de entregar rendimentos acima do normal com o suposto trade de criptomoedas, assim como a maioria das companhias envolvidas na CPI das Pirâmides.

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No caso do negócio de Gleidson, um grupo de cerca de 300 clientes passaram a acusar a Grow Up de ter aplicado um golpe ao deixar de pagar os rendimentos prometidos aos investidores desde janeiro.

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Grow Up

Criada em 2019, a empresa operava com foco em Campos dos Goytacazes (RJ), região que ganhou o apelido de “Novo Egito” pelo grande número de pirâmides financeiras que se proliferaram na área, sendo a GAS Consultoria, do “Faraó do Bitcoin”, a mais famosa delas.

No requerimento para convocação de Gleidson para a CPI, o deputado Vianna afirma que “desde dezembro de 2022, a empresa tem atrasado o pagamento dos seus clientes”. “Sob a alegação de problemas operacionais, o presidente da empresa, Gleidson Costa, tem sido incapaz de cumprir com as obrigações financeiras assumidas com os investidores, causando prejuízos significativos”, diz o pedido.

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“Gleidson Costa atribui a falta de uma conta bancária e a suposta necessidade de uma conta no exterior como razões para os atrasos nos pagamentos”, continua o texto.

Em julho, um grupo de 14 investidores que, juntos, perderam R$ 1,5 milhão investindo com Gleidson, fez um boletim de ocorrência coletivo acusando o executivo de estelionato — crime que desde que entrou em vigor a Lei de Criptomoedas (Lei 14.478/22) resulta em punição ainda maior caso envolva ativos digitais. 

Um desses investidores é Maicon Moreira, que relatou ao Portal do Bitcoin ter perdido R$ 130 mil no esquema. Segundo ele, o dinheiro “faz muita falta para toda família”, já que além dele, sua irmã e pai também investiram com Gleidson por sua influência.

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