A Promotoria de Justiça de Seul, capital da Coreia do Sul, proibiu recentemente de deixar o país todos os ex-funcionários da Terraform Labs, empresa por trás das falidas criptomoedas Luna Classic (LUNC) e UST (TerraUSD).
Segundo publicação do site local JTBC, um funcionário do Ministério da Justiça disse ser impossível confirmar se a proibição está relacionada à confidencialidade da investigação sobre as operações da companhia. No entanto, pelo andar da carruagem, sugere a reportagem, a medida pode ser para garantir futuras ações das autoridades de Seul, como mandados de busca e apreensão.
A proibição foi confirmada no Twitter por Daniel Hong, um dos desenvolvedores do antigo sistema do Terra, descrito agora como a iniciativa Terra 2.0. De acordo com o ex-funcionário, ele só descobriu que estava proibido de deixar a Coreia do Sul quando tentou viajar para os EUA.
“Parem de me perguntar por que eu não consegui chegar a Nova York, é por isso: o governo coreano impôs hoje uma proibição de saída para todos os ex-funcionários do Terra”, escreveu Hong, ao mostrar a tela de suporte a estrangeiros do governo sul-coreano.
Segundo o JTBC, Hong e outros colaboradores podem virar alvo de busca e apreensão da promotoria coreana, uma vez que as ações agora devem ser mais duras por conta do avanço nas investigações de um suposto esquema de Do Kwon, CEO da Terraform Labs.
Hong então procurou a promotoria, que sinalizou tais ações. Ele explicou: “Nenhum de nós foi notificado disso; quando eu descobri sobre isso, a promotoria sul-coreana me disse que eles geralmente não notificam as pessoas sobre isso porque elas podem destruir evidências e/ou deixar o país antes”.
Apesar da surpresa com a medida que considera “inaceitável”, Hong afirmou que está disposto a cooperar com as investigações.
Ao ser rebatido pelo usuário FatMan, famoso crítico do esquema LUNA, de que a proibição está relacionada com o sumiço dos desenvolvedores, Hong disse que é óbvia as ausências, dada às ameaças de morte.
Fundador da Terraform Labs processado nos EUA
No que tange o criador da Terraform Labs, o sul-coreano Do Kwon, a medida pode não ter o mesmo efeito, já que ele afirmou estar fora da Coreia há tempos, morando agora em Singapura. No entanto, diz o JTBC, a primeira medida dos promotores contra ele pode ser a de invalidar seu passaporte e assim tentar, de forma compulsória, interrogá-lo pessoalmente.
Kwon está entre os alvos de uma ação coletiva iniciada na última sexta-feira (17) por um cidadão americano em uma corte federal dos EUA, na Califórnia. No processo, são citadas as empresas Jump Crypto e Three Arrows Capital.
No início do mês, uma reportagem da emissora de TV KBS denunciou um suposto esquema onde Do Kwon pode ter lavado cerca de US$ 5 milhões por meio de uma empresa de fachada na Coreia do Sul.