A história da pirâmide financeira GAS Consultoria ganhou um novo capítulo nesta semana, com a prisão de um líder do esquema foragido há quatro anos. Trata-se de Ricardo Rodrigues Gomes, conhecido como Piloto, preso ontem (4) na Flórida pela agência americana Homeland Security Investigations (HSI), em cooperação com a Polícia Federal.
De acordo com nota da PF, Piloto participou da GAS Consultoria, alvo da Operação Kryptos que movimentou ilegalmente mais de R$ 38 bilhões entre 2015 e 2021, operando uma pirâmide financeira com falsas promessas de investimentos em criptomoedas.
Quando o dono da GAS Consultoria, Glaidson Acácio dos Santos, o ‘Faraó do Bitcoin’, foi preso pela PF, Piloto fugiu do Brasil utilizando um passaporte falso e passou a atuar nos Estados Unidos em benefício da organização criminosa, intermediando aquisições patrimoniais, constituindo empresas, movimentando contas bancárias, adquirindo criptoativos e providenciando documentos migratórios.
Desde agosto de 2022, ele estava na lista de Difusão Vermelha da Interpol, sendo considerado foragido internacional. Agora detido, o Piloto permanecerá preso nos Estados Unidos enquanto aguarda sua extradição para o Brasil, onde pode enfrentar até 26 anos de prisão pelos crimes dos quais é acusado.
Quem é Ricardo Rodrigues Gomes, o Piloto?
A investigação da Polícia Federal sobre a GAS Consultoria revelou que Ricardo Rodrigues Gomes, vulgo Piloto, que era comparsa do “Faraó do Bitcoin”, já se envolveu com o falecido traficante colombiano Pablo Escobar.
Ele seria um dos pilotos responsáveis pelo transporte de drogas do antigo cartel colombiano. Após ter sido preso anteriormente, Piloto teria conseguido sair do Brasil usando um passaporte falso e aberto uma empresa nos EUA, de onde estruturou o sistema.
Leia Também
Nos EUA, o Piloto teria usado documentos falsos para justificar a entrada de dinheiro da pirâmide nas contas. Um dos sistemas seria o uso de notas fiscais internacionais conhecidas como invoices, sem lastro real. Os depósitos também entrariam na conta da GAS na forma de stablecoins lastreadas no dólar americano.
Piloto também teria viabilizado a documentação para a entrada dos líderes da quadrilha nos EUA, além de proporcionar os meios para desejos pessoais dos integrantes, como a compra de uma aeronave com capacidade para 19 pessoas, usando a própria filha como laranja.
No Brasil, Piloto também é acusado de perseguir concorrentes de Glaidson, que é acusado de duas tentativas de homicídio e pelo assassinato do trader Wesley Pessano.
O contato mais frequente de Glaidson era com o Piloto, que era responsável por monitorar as vítimas e contratar os assassinos. Em áudios divulgados pela GloboNews, Piloto fazia atualizações frequentes para Glaidson sobre o andamento do plano de assassinar o alvo da vez.
“Já planilharam tudo. Rua pra sair, tudo, rua onde não tem câmera, tudo, tudo, tudo”. E Glaidson dava o sinal verde, dizendo: “É hoje, Piloto! Sextou, pô! Caramba. Sextou, pô! Pelo amor de Deus. É hoje!”
Em outro vídeo, Piloto aparece com um drone recém-comprado exclusivamente para monitorar de perto as vítimas. O drone e todas as despesas da quadrilha de 15 pistoleiros eram pagas por Glaidson.
Em outra ligação com Piloto, ele é cobrado a enviar mais dinheiro para os contratados continuarem com as espionagens. “Pagamento só no final, ok? Agora é só merreca para aluguel de carro e despesa de dois, três dias. Só isso.”
- Você tem dúvidas de como montar uma carteira estratégica? O MB quer ajudar você com um portfólio pronto, com as principais criptomoedas relacionadas à inteligência artificial. Clique aqui para responder uma pesquisa e ajudar o MB nesta construção.