Imagem da matéria: Como funciona a infraestrutura blockchain no mercado de capitais | Análise
Foto: Shutterstock

Esta semana quero trazer uma reflexão muito atual: você já pensou qual é, de fato, o impacto da tecnologia blockchain no mercado financeiro e de capitais? 

Preparei uma imagem, apenas a título de exemplo, para pensarmos nas possíveis mudanças de conceito e negócios.

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Os logotipos das empresas que foram utilizadas nesta visão não possuem nenhuma autorização ou afirmação de que elas irão concordar ou já concordam com esta visão. É apenas ilustrativo para facilitar o entendimento de todos!

Infográfico lustrando a blockchain como infra-estrutura.

Dito isso, vou tentar explicar! 

Do lado esquerdo, temos empresas e ativos que precisam acessar capital.

Do lado direito, temos investidores que precisam aportar seu dinheiro em bons ativos.

Entre eles, hoje em dia, temos toda a infraestrutura atual do mercado de capitais. Não vou dar destaque para a atual infraestrutura, porque ela já é velha, ultrapassada e só temos uma única certeza: vai mudar.

Blockchain como infraestrutura

Pense que a blockchain pode ser (e já está sendo) essa nova infraestrutura! 

Na imagem, podemos ver que as regras dos ativos, regras de distribuição, regras de liquidação e auditoria passam a estar dentro da blockchain, ora representada por tokens e aplicações.

Agora, para distribuir e liquidar essas operações nesta nova infraestrutura, também precisamos colocar o dinheiro que hoje está no sistema dos bancos na mesma infraestrutura. 

Hoje, através de uma stablecoin de R$ (Reais), amanhã talvez através de toda a agenda do Banco Central, o Real Digital (CDBC), ou até novas maneiras que vão surgir a partir da atenção dada a essas transformações do mercado.

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Regulação, segurança e distribuição

Na parte do regulador e segurança para o mercado, podemos ter um custodiante (trust) regulado dando toda segurança para a existência dos ativos e regras da estruturação. Ele poderia ser o responsável por emitir os tokens/regras na blockchain.

Do lado das plataformas de distribuição de ativos, elas estariam conectadas na nova infraestrutura da blockchain, interagindo com as regras do ativo através de smart contracts de uma forma segura, transparente, imutável.

Tudo isso sem a necessidade de uma plataforma confiar na outra e assim sucessivamente. Todas as regras estão na blockchain. E a blockchain não muda!

Alguns exemplos de regras que podem estar na blockchain são: cálculos de juros, índices, regras de distribuição/pagamento, entre muitas outras.

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Token: a interface das operações

No final, o token funciona como a interface (pública, segura e imutável) para que todos os participantes possam interagir com a operação sem a real necessidade de um intermediador entre eles.

E, indo além, quem sabe no futuro um investidor não precisará depender de uma plataforma de distribuição, mas com sua própria wallet poderá interagir com essas operações de forma direta. Talvez muitos aqui possam afirmar que isso já existe e tem um nome: DeFi.

Enfim, esse desenho é apenas uma visão de futuro que ainda precisa ser muito validada, construída, executada e principalmente melhorada.

Mas aqui na Liqi Digital Assets acreditamos que é o começo. E que token oco (sem smart contracts, sem regras programadas) e que blockchain apenas como livro de registro não têm muito valor para o mercado, para o qual queremos inovar.

Essa visão está bem simplificada, justamente para começar a facilitar o real entendimento do que seria a blockchain como infraestrutura. É uma visão bem macro, mas que com certeza vai impactar o mercado financeiro e de capitais, como já está acontecendo.

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Sobre o autor

Daniel Coquieri é CEO da empresa de tokenização de ativos Liqi Digital Assets. Empreendedor do ramo da tecnologia, foi fundador da BitcoinTrade, uma das maiores corretoras de criptomoedas do Brasil.