Elon Musk posa para foto em evento
Shutterstock

O Twitter jogou fora nesta segunda-feira (24) o seu icônico logotipo de pássaro como parte de um movimento para renomear a rede social para simplesmente a letra X.

Embora a última mudança na plataforma sob comando de Elon Musk possa ser um choque para alguns, ela se encaixa em quase tudo o que o novo proprietário disse até agora sobre suas intenções para a rede de mensagens.

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Desde que adquiriu o Twitter em um acordo de US$ 44 bilhões, o fundador da Tesla expressou suas ambições de transformar a plataforma em um “superaplicativo” no estilo WeChat, com várias funções em um só lugar.

Conversando com outros figurões da tecnologia no podcast All-In em maio do ano passado, ele disse que o aplicativo chinês era “um bom modelo” para o que o Twitter poderia se tornar.

“Se você está na China, meio que vive no WeChat, ele faz tudo”, disse ele. “É como o Twitter, mais o PayPal, mais um monte de outras coisas. E tudo em um.”

Ao contratar a nova CEO do Twitter, Linda Yaccarino, em maio deste ano, Musk disse que a executiva auxiliaria a “transformar esta plataforma em X, o aplicativo para tudo”.

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O nome X vem do negócio herdado de Musk, X.com, um precursor do Paypal. Musk comprou de volta o nome do domínio em 2017, dizendo que não tinha planos para ele naquele momento, mas que tinha um “grande valor sentimental”.

A mudança de nome e o superaplicativo não são as únicas diferenças que Musk persegue há muito tempo, mesmo antes de o negócio ser concluído. Reprimir o spam, aumentar os usuários premium e adicionar funções de pagamento (talvez até em Dogecoin) são ideias lançadas pelo bilionário.

Se todas essas grandes ideias se concretizarem — e o negócio em si for fechado — como seria o Twitter de Elon Musk?

Liberdade de expressão

Talvez o aspecto mais comentado da oferta de aquisição de Musk, quando foi anunciada pela primeira vez, tenha sido a liberdade de expressão. O dono do Twitter repetidamente destacou a necessidade do que chamou de “praça da cidade digital”.

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Esclarecendo que sua busca pela liberdade de expressão significava ser “contra a censura que vai muito além da lei”, Musk mais tarde restabeleceu vários rostos familiares que já haviam sido expulsos da plataforma — embora Donald Trump tenha se recusado a retornar.

Musk também afirmou anteriormente que, se ele se apropriasse do Twitter, seria “voltado para os 80% médios da população”, deixando tanto a extrema-direita quanto a extrema-esquerda “insatisfeitas”.

Destruição de bots

A eliminação de bots de spam foi considerada a principal prioridade de Musk quando ele fez sua oferta inicial. A questão até atrasou o acordo, com Musk sugerindo que a estimativa da empresa de que apenas 5% de seus usuários ativos diários são bots era muito baixa.

Sob propriedade anterior, os métodos de aprendizado de máquina do Twitter estavam detectando e desafiando entre 5 a 10 milhões de contas por semana, de acordo com uma postagem de blog do ano passado. Mas Musk achou que poderia fazer melhor.

As medidas introduzidas para lidar com o problema incluíram o recente fiasco dos limites de leitura, que temporariamente limitaram o número de postagens que os usuários podiam ler. As configurações de mensagens diretas também foram alteradas automaticamente nas contas recentemente para permitir apenas solicitações de mensagens de usuários verificados, embora os usuários possam alterar essa configuração.

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Quão bem tudo isso funcionou ainda não está claro.

Em um evento do Wall Street Journal em junho, ele disse que sua equipe eliminou pelo menos 90% dos golpes e spam, mas a afirmação foi questionada por cientistas de dados. E como o Twitter não é mais uma empresa pública, não veremos atualizações sobre seus números, a menos que decida divulgá-los.

Assinaturas premium

O Twitter Blue, que custa R$42 (ou US$ 8)por mês, já existia antes da aquisição do bilionário. A mudança visível de Musk para o esquema era dar a qualquer pessoa que pagasse pelo serviço uma marca de seleção azul “verificada”.

Originalmente, ele disse que eles deveriam parecer diferentes dos crachás que o Twitter já dava aos usuários considerados ativos e notáveis. Mas, eventualmente, a velha guarda verificada foi totalmente despojada de suas marcas azuis, tornando-os apenas um recurso do Twitter Blue.

Com uma meta de 69 milhões de usuários do Twitter Blue até 2025, Musk tem como foco principal fazer com que o produto premium valha a pena pagar. Mas nem todos ficaram presos. Em março, Musk disse que apenas contas verificadas apareceriam no feed “For you” (“Para você”) que aparece quando os usuários fazem login. E que apenas essas contas poderiam votar nas enquetes. Mas essas mudanças parecem não ter sido implementadas até o momento.

Os usuários verificados têm uma vantagem nas respostas em tweets e podem escrever postagens mais longas de até 25.000 caracteres. Eles também são elegíveis para o esquema de compartilhamento de receita de anúncios de criadores de conteúdo, uma oferta de monetização anunciada no início deste mês que deve recompensar os principais criadores.

Dogecoin e NFTs

E quanto a como você será cobrado por essa assinatura do Twitter Blue? Musk sugeriu no Twitter que pode haver uma opção de pagamento em Dogecoin (DOGE), a memecoin que ele defende na plataforma.

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No entanto, ninguém sabe se ele está falando sério sobre isso.

Uma coisa que não o impressionou foi a adoção do antigo Twitter para as fotos de perfil NFT. Que seu novo proprietário considera “irritante”, argumentando ser um desperdício de recursos de engenharia que poderiam ser melhor gastos visando golpistas cripto.

Pagamentos

Musk já havia sugerido no Twitter que poderia haver uma opção de pagamento em Dogecoin, a memecoin que ele defendeu na plataforma.

Sempre houve uma dúvida sobre se ele estava falando sério sobre isso, e a probabilidade parece diminuir em meio a uma acirrada batalha legal sobre a alegada promoção do token por Musk. Que nega qualquer irregularidade.

O que ele parece levar a sério é a ideia de pagamentos. Ao assumir o comando, o ex-CEO do Paypal disse que combinar várias funções em um único aplicativo, comparável ao WeChat da China, seria “muito útil”.

Ao falar sobre a possibilidade no All-In Podcast, Musk disse que os pagamentos podem ser uma parte da oferta para tal plataforma, “seja cripto ou moeda fiduciária”.

Esses planos parecem estar avançando, com a empresa neste mês obtendo aprovação em três estados dos EUA para servir como transmissora de dinheiro.

Projeto Bluesky

A aquisição de Musk acendeu o fogo em vários rivais do Twitter, alguns pré-existentes e outros novos.

O projeto descentralizado de rede social Bluesky, que começou como um desdobramento do Twitter, esclareceu durante o acordo que era propriedade de funcionários e, portanto, não estava sujeito aos caprichos – ou à propriedade – do Twitter.

Desde então, lançou uma plataforma de microblogging apenas para convidados, atraindo grandes nomes para se inscrever, e recentemente fechou uma rodada de financiamento de US$ 8 milhões.

Outros rivais, incluindo Nostr, Mastodon e Substack Notes, também tiveram seu momento ao sol, mas nenhum se compara ao lançamento do aplicativo Threads da Meta, que atraiu mais de 10 milhões de usuários nas primeiras horas.

Musk não falou muito em uma frente estratégica sobre os pretendentes à coroa do Twitter, além de reagir a memes e críticas a Threads no Twitter.

Mas ele mostrou que a plataforma não dará aos concorrentes uma vida fácil, restringindo a incorporação de tweets no Substack e bloqueando brevemente curtidas, retweets e comentários em tweets vinculados ao Substack depois que o site de boletim informativo lançou seu rival no Twitter Notes.

*Traduzido por Vini Barbosa com autorização do Decrypt.

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