O episódio da interferência de Jair Bolsonaro na Petrobras (PETR4) foi um choque para o mercado, derrubando o preço das ações. Além disso, a adição de mais um militar – e não um homem de mercado nesse caso – no Governo, traz ainda mais receios sobre a situação.
Pode-se dizer que tal intervenção marcou com pesar um ataque à própria agenda liberal do Governo. Circularam críticas com menções ao Chavismo e comparações, justas ou não, com a ex-presidente Dilma Rousseff.
Além disso, não foi apenas o caso Petrobras que chamou atenção, afinal, houve uma “ameaça” feita ao setor elétrico. Não é um marco apenas para a petroleira, mas sim um risco à todas as estatais – que são normalmente alvos de “canetadas” do Estado. Entretanto, vale lembrar que nessa semana, foi enviada ao Congresso a medida provisória para a privatização da Eletrobras (ELET3). Saiba mais aqui.
Contudo, a questão principal aqui é se, e como a Petrobras pode ser impactada. Confira.
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O que acontecerá com a Petrobras?
Com a reabertura das economias nesse ano e no próximo ano, e com a recuperação do preço do Brent, espera-se que a Petrobras siga o fluxo. Contudo, o acontecimento pode até mesmo impedir que a companhia performe tão bem quanto poderia.
Estes são apenas aspectos de curto prazo, e o mercado de ações olha adiante. Devemos olhar além desse problema, devemos olhar para a tese de investimentos geral da Petrobras.
As grandes economias globais como os integrantes da União Europeia e os Estados Unidos – com Biden – olham para o futuro e o enxergam green. Além disso, quase todas as gigantes do petróleo hoje se dizem companhias de energia, aumentando sua matriz limpa, como a própria Shell. Entretanto, a Petrobras caminha na direção oposta, descontinuando projetos de energia renovável, vendendo refinarias e apostando na forte extração de petróleo de baixo custo.
Dessa forma, se o mercado decidir olhar para esse ponto, as ações da Petrobras (PETR4) podem sair prejudicadas. Afinal, o mundo caminha para a autossutentabilidade.