Imagem da matéria: Vídeo: argentinos desenterram 1,2 mil caixas de frango estragado para comer
Foto: Movimento Ativo Social e Político Iguaçu/Divulgação

A crise econômica na Argentina está levando os cidadãos do país ao extremo. De acordo com reportagem do G1, moradores de Porto Iguaçu, na divisa com o Brasil, desenterraram 1,2 mil caixas com frango estragado para comer. As carnes haviam sido descartadas e enterradas em um buraco pelo Senasa (Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar), o órgão sanitário do país.

De acordo com a prefeitura da cidade, ouvida pela reportagem, os alimentos estavam impróprios para consumo porque tinham ficado um dia inteiro fora da refrigeração. Os frangos, antes de serem enterrados, haviam sido apreendidos pela Marinha argentina em um clube de pesca após uma denúncia de contrabando.

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Claudio Altamirano, líder do MAS (Movimento Ativo Social e Político Iguaçu), disse para a reportagem do G1 que crianças, mulheres e idosos participaram do ato, que ocorreu na terça-feira (17). Para ele, o episódio é resultado da situação da economia do país, abalada por causa das medidas impostas pelo governo para conter o novo coronavírus.

“Essas imagens são o reflexo fiel, a realidade de como estamos hoje em Porto Iguaçu. A fome bate forte nas portas e também esvazia os potes das famílias”, disse.

O jornal Gazeta Brasil divulgou um vídeo da cena:

Restrições impostas por governo argentino afastam turistas

Porto Iguaçu, localizada na província de Misiones, faz fronteira com Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. A cidade, com cerca de 106 mil habitantes, abriga uma parte das Cataratas do Iguaçu (a outra está no Brasil) e vive do turismo.

Desde março, no entanto, o governo da Argentina mantém as fronteiras fechadas para combater os avanços do novo coronavírus. Conforme recomendação do governo argentino, apenas moradores da própria região podem ter acesso ao parque.

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Por causa disso, o número de turistas nas cataratas, segundo a reportagem do G1, caiu de 8 mil nos finais de semana (antes da pandemia) para apenas 1000, o que afetou a renda dos moradores.

Altamirano, do MAS, falou ao G1 que o movimento mantém centros comunitários para ajudar a população. Nesses locais, segundo ele, os participantes do movimento prestam assistência social e arrecadam alimentos. Além disso, falou, eles preparam comida e distribuem copos de leite três vezes por semana para os moradores.

Desespero na Argentina

Assim como a população de Porto Iguaçu, moradores de outras cidades da Argentina também sofrem com as restrições e as medidas impostas pelo governo do país. Um deles é o empresário youtuber argentino Christopher Marchesini, que está desesperado por causa da inflação e da dificuldade de comprar dólar no país.