Policial olha homem desolado no interior de um carro
Foto: Shutterstock

A Polícia de Gunpo, cidade na província de Gyeonggi, na Coreia do Sul, introduziu a política de confiscar criptomoedas de inadimplentes de multas de trânsito ao ser selecionada pelo governo em um projeto piloto em andamento. Segundo o site de notícias local Joongboo, a medida vai afetar os devedores de multas acima de 1 milhão de wons (cerca de R$ 3,8 mil).

Um cidadão sul-coreano inclusive já foi punido com as novas regras, de acordo com o site. Ele teve 50 milhões de wons em uma criptomoeda confiscados de uma exchange, o que dá aproximadamente R$ 196 mil. O nome da corretora e da criptomoeda não foram informados. 

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Seu fundo cripto, no entanto, foi a última tacada das autoridades para liquidar sua dívida de 2 milhões e meio de wons em multas de trânsito (R$ 9,5 mil). Antes, diz o site, a polícia já havia penhorado salário e conta bancária.

O cidadão, porém, pode estar em um grupo de desavisados, já que a Delegacia de Polícia de Gunpo fez alertas sobre as novas regras, criando inclusive um canal do Departamento de Tráfego no popular aplicativo de mensagens KakaoTalk, que funciona como um Whatsapp. A ideia era cobrir o sistema de correios que ficou paralisado devido à pandemia de covid-19.

As novas regras, que estão sob a guarda da Agência de Polícia Nacional da Coreia do Sul, já surtiu efeito, segundo a reportagem. preocupados em ter suas criptomoedas confiscadas, os infratores de trânsito têm antecipado suas dívidas. “Como resultado, a Delegacia de Gunpo atingiu cerca de 88% do valor da meta de arrecadação por não pagamento de multas de trânsito somente no primeiro semestre deste ano”, relata a publicação.

Neste ano, conclui o Joongboo, a meta da Delegacia de Polícia de Gunpo era arrecadar 1 bilhão de wons (R$ 3,9 milhões) em multas de trânsito. No final de junho, cerca de 880 milhões de wons foram coletados, a maior quantidade de multas em atraso cobradas nos últimos três anos.

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“Em época de covid-19, os contribuintes não serão esquecidos nos vários métodos de cobrança, e faremos o possível para identificar os inadimplentes e aplicar fortes medidas”, disse o chefe de polícia Kwak Kyung-ho.

A linha-dura da Coreia do Sul às criptomoedas

Autoridades sul-coreanas fortaleceram a supervisão ao mercado de criptomoedas nos últimos meses, principalmente após o colapso da stablecoin TerraUSD (UST) e do token nativo LUNA do Terraform Labs.

Após o colapso da Terraforms Labs, a Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul e o Serviço de Supervisão Financeira (FSS) deram início a inspeções em corretoras de criptomoedas no país. Em maio, o governo também reativou uma antiga agência de inteligência para investigar o caso.

Em julho, houve batidas em escritórios de corretoras cripto locais, incluindo Upbit e Bithumb, como parte de uma investigação sobre a possibilidade de o CEO do TerraLabs, Do Kwon, ter intencionalmente causado o colapso do ecossistema Terra.

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Na semana passada, a Comissão identificou 16 empresas ligadas a serviços de criptomoedas que operam sem licença no país. A autoridade alertou que corretoras não registradas não tinham proteções, como sistemas certificados de gestão de segurança da informação, que são requisitos da lei coreana. A falta dessas proteções poderia resultar em violações de segurança.

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