Cassino máquina de caça níquel jogo de azar
Shutterstock

As autoridades da cidade de Shayang, na China, confirmaram o primeiro caso do país de confisco de criptomoedas por meio de uma decisão judicial. Os criptoativos eram usados como pagamento em uma plataforma de jogos de azar.

O caso foi revelado nesta terça-feira (18) pelo site local Toutiao e repercutido no Twitter pelo jornalista chinês Colin Wu. Outros sites locais, como Chinanews e Sohu, também noticiaram o caso.

Publicidade

O caso envolve uma plataforma de jogos de azar chamada “XXX Chess and Board Game” e teve cerca de US$ 160 milhões – ou R$ 800 milhões – em criptomoedas congeladas em uma instituição financeira, cujo nome não foi revelado.

Disfarçada de xadrez e jogos de tabuleiro, a plataforma de jogos de azar agora enfrenta um grupo de elite das polícias e Procuradoria da China, denominado “728”.

O grupo agora acompanha a execução do bloqueio dos fundos, com a confirmação de uma determinação judicial anterior. Segundo as informações, vários suspeitos foram presos, incluindo o provável responsável pela plataforma, Qiu Moumou, e três suspeitos localizados no exterior.

“Minha família vai ser arruinada”

Conforme descreve o site, um jogador chamado Xiong Xong fez a primeira denúncia contra a plataforma à polícia de Shayang em 2021, mas que isso seria apenas a ponta do iceberg: “Policial, estou denunciando o crime, por favor me ajude, estou jogando no meu celular e minha família vai ser arruinada!”, disse ele na época, segundo a reportagem.

Publicidade

Ele contou que nas horas vagas usava o celular para brincar, mas que certo dia viu um de seus colegas  ganhando milhares de yuans em um jogo de cartas e resolveu depositar 100 yuans na plataforma. Xiong, conta a publicação, imediatamente baixou o “XXX Chess and Board Game” e logo ganhou uma quantia em dinheiro. Depois de jogar por um período de tempo, ele foi aumentando a aposta até perder mais de 100 mil yuans (cerca de R$ 70 mil).

Depois de ouvir o relatório do caso, o vice-prefeito da cidade de Jingmen e diretor do Departamento de Segurança Pública do Condado de Shayang, Chen Shi, mobilizou a força-tarefa “728”, com forças policiais de elite e as forças especiais local para investigar a plataforma.

“Não é fácil, é difícil de fazer!” disse Ma Jun, chefe da força-tarefa “728”. Ele afirmou que chegou a ficar estressado quando se aprofundou nas investigações, chamando o esquema da gangue de “complicada e labiríntica rede criminosa”.

Os depósitos na plataforma se davam com cartões de crédito e pagamentos terceirizados, além de realizar lavagem de dinheiro com criptomoedas, tudo para despistar as autoridades dos fundos. O problema maior é que a  espinha dorsal da quadrilha criminosa é comandada no exterior, e centenas de agentes off-line foram recrutados no país, dificultando a localização e prisão.

Publicidade

O nome do jogo inclusive era falso, para despistar possíveis investigações, relatou a autoridade, afirmando que alguns dos principais criminosos ainda estão foragidos fora do país.

VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: Dois suspeitos de fraude milionária em fintech são presos no estado de São Paulo

Dois suspeitos de fraude milionária em fintech são presos no estado de São Paulo

Primeira fase da operação havia resultado na prisão de um suspeito com cerca de US$ 40 mil em criptomoedas
Slash, guitarrista do Guns N' Roses, solando

Slash deixa Twitter após hacker invadir sua conta para promover memecoin

O lendário guitarrista do Guns N’ Roses abandonou a rede social X depois que sua conta foi hackeada para promover um token fraudulento
hacker no computador com logo do bitcoin

Ataques de “envenenamento de endereços” de Bitcoin aumentam, alerta analista

Fundador e CTO da Casa, Lopp analisou a blockchain do Bitcoin e identificou 48.000 possíveis ataques de envenenamento de endereço desde 2023
simbolo do ethereum no vermelho

Ethereum despenca 17% e cai o dobro do Bitcoin; entenda o motivo

Fatores combinados explicam uma queda maior do ETH em meio ao tombo generalizado dos mercados globais