O governo chinês provavelmente irá retomar a negociação de criptomoedas nos próximos meses após adotar os sistemas necessários de conhecimento do seu cliente (KYC) e anti lavagem de dinheiro (AML) para as exchanges.
No início desta semana, a Xinhua, uma publicação de notícias estatal da China, revelou que o governo chinês está preocupado com atividades criminosas por trás das criptomoedas, como o bitcoin. E enfatizou que as criptomoedas tornaram-se a primeira opção de economias clandestinas e revelaram que o governo tomará as medidas adequadas para regular o mercado através da implementação de um programa de licenciamento e um sistema rigoroso contra a lavagem de dinheiro.
Por que a proibição das Exchanges chinesas não é benéfica para o governo
No mês passado, o Banco Central da China (PBoC) e os reguladores financeiros locais impuseram uma proibição nacional nas exchanges de criptomoedas. Conseqüentemente, o preço do bitcoin caiu para US$ 3000 porém o mercado já se recuperou do susto e opera acima dos US$ 4300 no momento.
Com essas medidas, o volume de negociação global, que antes era bem alto na China, se transferiu para outros paises asiaticos, como Japão e Coreia do Sul. O Japão inclusive licenciou onze exchanges de criptomoedas na semana passada.
Além disso, o volume de negociação no mercado de balcão bateu recorde na china e isso preocupa o governo chinês, pois ele não tem controle sobre negociações peer-to-peer (p2p) e foge totalmente às suas medidas anti lavagem de dinheiro e conhecimento dos clientes.
China seguirá o exemplo do Japão?
A Xinhua observou que o governo está considerando a possibilidade de licenciamento e registro das negociações de criptomoedas, como fontes locais, incluindo o CnLedger, compartilharam. CnLedger, uma fonte confiável de notícias de criptomoedas na China, afirmou:
Xinhua News, agência de imprensa oficial da CN: as moedas virtuais tornaram-se as principais escolhas das economias clandestinas. Devemos adotar “políticas de tolerância zero” e tomar medidas como manutenção de registros, licenciamento, processos contra a lavagem de dinheiro, utilização de nome real, e limitar grandes transações.
Para que o governo adote uma política de tolerância zero para atividades criminosas relacionadas com criptomoedas, ele precisa ter infra-estruturas que permitam ao governo supervisionar os pagamentos e divulgar as identidades dos usuários. Sem os sistemas KYC e AML, visto em plataformas de negociação como LocalBitcoins e outros mercados de balcão, é praticamente impossível executar uma política de tolerância zero sobre crimes relacionados com criptomoedas.
Como sugeriu a Xinhua, é definitivamente possível que a proibição das excanges na China seja apenas temporária até que o governo chinês libere políticas de registro, licenciamento e AML mais rígidas para as plataformas de negociação.
Além disso, como já confirmado por especialistas no assunto e executivos da área, a proibição não impediu que os investidores chineses compram e invistam em criptomoedas.
A proibição não impediu os [investidores chineses] de comprar criptomoedas. Nas últimas semanas, vimos muitos clientes do continente abrindo contas na TideBit. Eles ainda querem continuar investido. Eu vejo uma necessidade crescente na medida em que eles vão para Hong Kong ou Cingapura para comprar criptomoedas. disse Terence Tsang, diretor de operações da TideiSun, a da TideBit.