Jamie Dimon, CEO do gigante banco de investimentos JPMorgan, elogiou a tecnologia blockchain e as Finanças Descentralizadas (ou DeFi, na abreviatura em inglês) em carta enviada aos shareholders na segunda-feira (4).
“Finanças Descentralizadas e blockchain são tecnologias reais e novas que podem ser implementadas tanto de forma pública como privada, apermissionada ou não”, disse Dimon, antes de acrescentar que o JPMorgan está “em primeiro plano” nessas inovações.
“Usamos uma rede blockchain chamada Liink para permitir que bancos compartilhem informações complexas e também usamos uma blockchain para movimentar depósitos tokenizados em dólares americanos com a JPM Coin”, explicou.
A JPM Coin foi criada em fevereiro de 2019 como uma stablecoin lastreada em dólar para ser utilizada por grandes empresas. Liink, por outro lado, foi lançada em 2017 e, até agora, mais de 400 instituições financeiras se inscreveram para participar da blockchain.
O CEO do JPMorgan acrescentou que a empresa acredita que existem “muitos usos em que uma blockchain pode substituir ou melhorar contratos, governança de dados e outros aprimoramentos”.
Ele fez uma ressalva ao seu elogio ao afirmar que, para alguns propósitos, a tecnologia blockchain é, “atualmente, muito cara ou muito lenta para ser implementada”.
Esses comentários representam uma mudança significativa das opiniões gerais de Dimon sobre criptomoedas, sempre focadas em sua percepção negativa sobre o bitcoin (BTC) – a principal criptomoeda da indústria.
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Dimon, o bitcoin e a blockchain
Em novembro de 2020, durante uma conferência virtual do The New York Times, Dimon havia dito que não tinha interesse no bitcoin.
“Não é minha praia”, disse o CEO do JPMorgan na época. No entanto, ele havia descrito a tecnologia blockchain como um desenvolvimento “fundamental” na forma como o dinheiro é gerenciado.
Apesar de suas impressões sobre a tecnologia blockchain, suas opiniões sobre o Bitcoin continuavam críticas.
Em maio de 2021, Dimon continuava cético em relação ao bitcoin e reiterou que não tinha interesse real na criptomoeda. Porém, admitiu que os clientes do JPMorgan tinha interesse na principal criptomoeda do mercado.
“Eu pessoalmente acho que o bitcoin não vale nada”, disse Dimon na reunião anual do Instituto Internacional de Finanças (ou IIF) em outubro de 2021.
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.