Caito Maia, do Shark Tank, participou de evento da pirâmide financeira Genbit
Caito Maia, um dos ‘tubarões’ do Shark Tank Brasil. (Foto: Reprodução/Canal Sony)

*Atualização: Após a publicação da reportagem, a assessoria de imprensa enviou um contraponto.

Caito Maia, personalidade do Shark Tank Brasil e CEO da Chilli Beans, chegou a palestrar num dos eventos promovidos pela Genbit, que na época se chamava ainda Zero.10 Club. Naquela época, a empresa já estava sob a mira da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por suspeita de atuação irregular no mercado.

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O criador Chilli Beans abriu a convenção internacional Infinity Zero. Ele contou suas experiências como empresário e tratou de temas ligados à liderança e gestão de pessoas. Seria nada demais se a empresa por trás do evento não fosse aquela que já levantava suspeitas no mercado por atuação fraudulenta.

A empresa Gensa (razão social tanto da Genbit quanto da Zero.10 Club) hoje é alvo de investigações do Ministério Público e da Polícia Civil de São Paulo por suspeita de fraude com criptomoedas. Porém, antes mesmo daquele evento em que participou o empresário, a CVM já havia emitido um alerta aos investidores sobre a Zero.10 Club (antigo nome da Genbit).

De acordo com o Grupo Anti-Ponzi (GAP), Maia teria sido, contudo, mais uma vítima dos dirigentes da Gensa. Na publicação feita pelo GAP, a personalidade do Shark Tank Brasil teria sido usada por Nivaldo Gonzaga e Gabriel Tomaz. 

“Somente com esta ação Nivaldo Gonzaga, aumentou o volume de dinheiro na Pirâmide em mais de 30%, segundo o Diretor de Operações Internacionais que acabou delatando ao GAP os planos maléficos da Organização criminosa”.

Um Shark Tank em evento de pirâmide

No programa exibido pelo canal pago Sony, o respeitado empresário vive analisando a viabilidade de negócios apresentados a ele. Maia, no entanto, acabou emprestando sua imagem credível a um negócio para lá de suspeito.

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A conferência internacional promovida pela empresa que desviou todos os bitcoins de seus clientes contou então com shows das duplas sertanejas Chitãozinho & Xororó e Jorge & Mateus. 

No evento ainda teve apresentações do humorista Gabriel Louchard e do grupo de acrobacia Universo Casuo. O youtuber Rick Chesther, dono do canal “Pega a Visão”, também foi uma das atrações do Infinity Zero. Com todos esses nomes, o mais festejado, no entanto, era o do apresentador do Shark Tank Brasil.

No anúncio do evento feito pela Zero.10 Club, Caito Maia era apresentado não como a estrela da noite em que participaria, mas da própria conferência que ocorreu em dois dias no Credicard Hall de São Paulo.  

“Para abrir o circuito de palestras, Caito Maia vai contar a história da sua marca de sucesso, Chilli Beans, com mais de 800 lojas no Brasil e no exterior. Além disso, apresenta temas sobre liderança, planejamento e gestão de pessoas”.

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Caito Maia e o canal Sony foram procurados pela reportagem para comentar o assunto, mas não retornaram às solicitações.

Caso semelhante

Esse não é o único caso que envolve uma celebridade do Shark Tank Brasil a empresas suspeitas de fraude com criptomoedas. Camila Farani quase fez uma palestra para a Binary Bit em 17 de agosto na Arena da Fonte Nova, Salvador (BA). Ela, porém, havia cancelado sua participação por motivos contratuais.

Segundo a assessoria de Farani, a participação foi cancelada “após constatado o distanciamento de valores para com a empresa e a convenção”. A empresária recebeu duas vezes o prêmio de Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards —em 2016 e 2018.

A empresa Binary Bit é suspeita de atuar em esquema de fraude de pirâmide financeira, segundo a CVM, após avaliar uma denúncia registrada em maio de 2019.

Contraponto Caito Maia

O Caito foi contratado em dezembro de 2018 pela empresa Palestrando, uma das empresas que o agencia como speaker, para palestrar na Convenção da empresa Genbit. Na ocasião, a empresa foi apresentada como uma Companhia de Investimento em moeda digital, prática muito comum atualmente, e ao verificar os canais da empresa a marca entendeu como se tratando de fato desta operação. Na época a consulta foi feita através do site https://www.genbit.club/, hoje inexistente.

A Palestrando é uma empresa bastante idônea, com a qual a marca trabalha a mais de 3 anos e toda a contratação foi feita através deles (temos histórico de e-mail que comprova a negociação).  Entendemos que a contratação estava sendo firmada com a empresa Genbit e nunca soube-se de tratar de um esquema de Pirâmide.  Depois do evento alguns seguidores do Caito comentaram sobre o cunho do evento em seu instagram, mas  já era tarde.

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Ou seja, o Caito teve participação comercial no evento, foi contratado como profissional, assim como o  Gabriel Louchard, Chitãozinho & Xororó e Jorge & Mateus. Na matéria, além de o título sugerir que o Caito ajudou a promover o golpe, também cita que ele foi usado pelos dirigentes do evento entre outras coisas que não são verdade.

Contraponto Genbit

Quanto aos profissionais e empresários que compartilharam suas experiências com os, aderentes e clientes da empresa.

Ao longo desse processo o grupo Treepart sempre promoveu encontros e treinamentos através da estrutura Denk Academy, um modelo de negócio planejado para levar ao mercado conteúdos para formação das pessoas na economia digital. Esses encontros realizados em todo o país promoveram a inserção de 40.000 pessoas, com informações e estratégias para alcance de mercado. Estes encontros puderam contar com a presença de especialistas do mercado digital, economistas, juristas, grandes empresas, coaches de renomes, tudo em prol do propósito macro da Companhia, ou seja, a implementação da economia digital de forma consciente, estruturada e com plena usabilidade.

Cabe pontuar que o único objetivo dos eventos era o de formação em um mercado tão carente de informação qualificada bem como de inserção na economia digital.

Os profissionais palestrantes foram contratados de forma independente
com o único viés de compartilhar conteúdos de acordo com a sua
respectiva área de especialização, sem qualquer conotação ou vínculo
comercial a quaisquer produtos ou serviços oferecidos pelas estruturas
da holding Treepart.

Gensa, Genbit e Zero10.

Cabe esclarecer que a uma confusão de nomenclatura e operações que são independentes.

A Genbit é a marca da exchange de Cripto ativos com restrito
funcionamento como o de qualquer outra operação de intermediação de compra e venda de ativos digitais, onde o cliente pode fazer hold,
realizar operações peer to peer, trade ou arbitragem, ela é pertencente
a Gensa SA.

A plataforma Zero10.club, descontinuada, era um programa de inserção e alavancagem de intermediação de criptoativos que funcionava de forma independente e opcional a aqueles usuários.

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Em respeito ao posicionamento da CVM emitido em julho/2019, que alterou a sua visão em relação a atuação do mercado de cripto ativos, essa operação foi encerrada.

Vale ressaltar cabe a MD autarquia (CVM) regular a forma de atuação no mercado de investimentos, não sendo o órgão responsável por julgar o mérito.

Com relação a se tratar de um evento de pirâmide

Com relação a fonte de informações de um anônimo não oficial e
desconhecido GAP (GRUPO ANTI PONZI), pontua se:

Corre desde o mês de janeiro de 2019, uma ação contra potenciais
participantes relacionados a Fake News contra nossas estruturas sócios e diretores, onde já tivemos ganho de causa em primeira instância
(consulte site TJ SP)

A empresa não possuiu nenhum tipo de Diretoria de Operações
Internacionais, por tanto é falaciosa qualquer afirmação atribuída a uma pessoa inexistente.

Ainda falando sobre GAP, conforme rasa pesquisa nas redes sociais,
outrora já tiverem seus canais excluídos das mídias e retirado qualquer
hospedagem em território brasileiro.


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