Brasileiros lançam fundo para apoiar desenvolvedores do Bitcoin

Bruno Ely Garcia é o primeiro bolsista da Vinteum, novo centro de pesquisa e desenvolvimento de Bitcoin
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Foto: Shutterstock

Uma dupla de desenvolvedores brasileiros resolveu erguer as mangas e criar o próprio projeto para ajudar outros colegas de profissão, baseados no Brasil, a se dedicar em tempo integral ao protocolo do Bitcoin.

Trata-se da Vinteum, um novo centro de pesquisa e desenvolvimento de Bitcoin sem fins lucrativos, dedicado a apoiar os desenvolvedores de Bitcoin no Brasil e na América Latina, lançado nesta quarta-feira (10).

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O projeto, pioneiro no país, é uma iniciativa de Lucas Ferreira, desenvolvedor focado na Lightning Network do Bitcoin e que atua na Lightning Labs, e de André Neves, cofundador da Zebedee, empresa que integra bitcoin ao mundo dos jogos.

Ao Portal do Bitcoin, Ferreira conta que a aproximação com o André vem de alguns anos atrás, quando começou a aproximar a comunidade brasileira do bitcoin por meio de encontros — o que mais tarde veio a se tornar o Bitdevs Meetup. 

Desde daquela época, no final de 2019, ele já tinha a ideia de conseguir financiar um developer no Brasil. “O André, sendo um exemplo vivo do que esse modelo pode gerar, me pareceu a pessoa ideal para me unir nesse projeto”, explica Ferreira. Em 2018, o André fez parte da primeira classe focada em Lighting Network da Chaincode Labs, um grupo de pesquisa de bitcoin de Nova York famoso pelos seminários que promove.

O foco inicial da dupla no Brasil se deve ao fato de ambos serem brasileiros, e o contato com os profissionais da área e universidades do país para o recrutamento. No futuro, o projeto pode ser expandido para outros países da América Latina.

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“Nós precisamos trazer cada vez mais talentos trabalhando com o Bitcoin e descentralizar as organizações que financiam os desenvolvedores. É importante trazer mais diversidade geográfica para esse pool de talentos, pessoas que vão entender as necessidades de suas regiões e terão isso em mente na hora de desenvolver o Bitcoin”, explica Ferreira.

Brugo Garcia é o primeiro recrutado

O primeiro a receber uma bolsa da Vinteum é Bruno Ely Garcia, um desenvolvedor brasileiro especializado em Bitcoin Core e que, até então, trabalhava no grupo 2TM, holding do Mercado Bitcoin.

Garcia deixa a empresa para se dedicar 100% ao Bitcoin Core, mais especificamente para estender a cobertura de testes de PRs e em melhorias para os módulos P2P.

“Poder focar todas as forças no Bitcoin é muito bom, traz a sensação de que agora estou cumprindo uma missão! É o que quero pois é uma carreira que junta duas paixões: programação e Bitcoin”, conta Garcia.

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O desenvolvedor ganhou notoriedade na comunidade do Bitcoin ao contribuir na revisão do Taproot, uma importante atualização do Bitcoin implementada em novembro do ano passado.

Em abril deste ano, Garcia também recebeu uma bolsa da fundação Brink. “Dentro da Vinteum estarei trabalhando no Bitcoin Core realizando as mesmas tarefas que fazia na Brink (com exceção de que agora fulltime) e uma parcela do meu tempo será focado em projetos educacionais”, explica.

Indo atrás de parceiros

Para obter os fundos necessários para conseguir criar a Vinteum e financiar os bolsistas do projeto, a dupla de brasileiros contou com doações feitas por várias pessoas e empresas do setor cripto, como John Pfeffer, Wences Casares, Sebastian Serrano, Okcoin e a Human Rights Foundation.

“Conseguir os fundos foi um trabalho braçal mesmo. Tivemos que montar um deck explicando a ideia e vender esse projeto para possíveis doadores. Eu fui atrás do meu networking e o André também, e fomos captando os fundos”, explica Ferreira.

Agora com o projeto lançado, eles querem financiar mais desenvolvedores e fazer projetos de educação. Garcia, além de ser o bolsista, também vai liderar os esforços educacionais da Vinteum.

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“A ideia é que mais pessoas comecem a encarar a contribuição ao Bitcoin como uma possibilidade profissional. Nós temos muitos talentos no Brasil, mas não temos uma cultura forte de open source. Não é tão fácil se tornar um colaborador e ainda ser remunerado. O nosso projeto vai mostrar que isso é possível”, conclui Ferreira.

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