moeda de bitcoin sobre o mapa da america latina
Foto:

O Brasil já importou US$ 21 bilhões em criptoativos nos últimos três anos, segundo relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado na terça-feira (17), o que indica um aumento na compra de criptomoedas como o Bitcoin por pessoas residentes no Brasil nesse período.

O boletim trimestral, ou “Carta de Conjuntura”, trata sobre sobre o balanço de pagamentos do setor externo da economia brasileira, onde estão incluídos a evolução de valores nas importações e exportações.

Publicidade

De acordo com a publicação, que é o resultado de uma pesquisa elaborada pela Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea (Dimac) para o 2° trimestre de 2023, o setor externo continua apresentando dinâmica favorável, mesmo com a persistência de incertezas externas e internas.

Em números totais, o saldo comercial brasileiro em março de 2023 foi de US$ 11 bilhões, sendo o valor das exportações de US$ 33 bilhões, “o maior de toda a série histórica”, diz a publicação. As importações totalizaram US$ 22 bilhões.

Considerando o acumulado até março de 2023, as exportações totalizaram US$ 76 bilhões e as importações, US$ 60 bilhões, resultando em um saldo da balança comercial de US$ 16 bilhões.

Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Importação de criptoativos

No caso dos criptoativos, os números são considerados desde 2016, mas computados somente a partir de 2019, com ano de 2018 como referência.

Publicidade

De acordo com o relatório, as importações de criptoativos totalizaram US$ 3 bilhões em 2019 e US$ 3,3 bilhões em 2020. Já em 2021, descreve o documento, o valor saltou para US$ 5,9 bilhões e, em 2022, foram US$ 7,5 bilhões. – chegando ao total geral de US$ 21 bilhões.

No acumulado de 2023 até fevereiro, as importações somam US$ 1,4 bilhões, ante US$ 1 bilhão no mesmo período do ano anterior e US$ 804,8 milhões no mesmo período de 2021, explica o relatório.

Veja o gráfico que apresenta a evolução das importações líquidas acumuladas em doze meses — importações menos exportações — de criptoativos desde janeiro de 2018.

Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea (Fonte: BCB)

O relatório ressalta que, apesar de haver dados disponíveis desde 2016, a modalidade de transações só se intensificou no período mais recente, “junto com as importações de pequeno valor, contribuído para aumentar a diferença entre o valor calculado pelo Banco Central do Brasil e o valor apurado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex)”.

Publicidade

Segundo o Ipea, tais transações são estimadas a partir de contratos de câmbio, uma vez que não há registro aduaneiro para criptoativos e estes não entram na balança comercial divulgada pela Secex.

“Cabe notar que a condição necessária para classificar um ativo como financeiro é a contrapartida devedora. Como os criptoativos não possuem essa contrapartida, são definidos como ativos não financeiros e, portanto, lançados na conta de transações correntes”, diz o boletim. 

Balanço do setor externo 

O Banco Central publica, desde agosto de 2021, a tabela de conciliação entre as estatísticas de comércio exterior de mercadorias, compiladas pela Secex do Ministério da Economia, e de balanço de pagamentos, compilados pela própria entidade financeira central.

Conforme descreve o Ipea, a primeira segue a metodologia do International Merchandise Trade Statistics, enquanto a segunda segue o Manual de Balanço de Pagamentos e Posição Internacional de Investimento do Fundo Monetário Internacional (FMI).

É na segunda tabela que entram números sobre criptoativos, que foram incluídos posteriormente para os ajustes metodológicos empregados para a compilação do balanço de pagamentos. Portanto, o apontamento, conforme recomendação do FMI, é registrado na conta de balança comercial de bens.

Publicidade

“Dessa forma, o saldo da balança comercial (bens) do balanço de pagamentos inclui a transferência de propriedade de criptoativos entre residentes e não residentes.

Quando há mudança de propriedade de residente para não residente, esta é registrada como exportação. Se a mudança de propriedade for de não residente para residente, ela é registrada como importação”, explica o Ipea.

VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: FTX se prepara para despejar US$ 35 milhões em Worldcoin (WLD) no mercado

FTX se prepara para despejar US$ 35 milhões em Worldcoin (WLD) no mercado

Os tokens WLD serão vendidos por lotes e com descontos que irão variar entre 40% e 75%
Imagem da matéria: Blockchain nas eleições: O futuro da democracia será digital? | Opinião

Blockchain nas eleições: O futuro da democracia será digital? | Opinião

Blockchain nas eleições oferece transparência e segurança, mas levanta questões sobre aplicabilidade
Imagem da matéria: Coinbase vai remover stablecoins não compatíveis com o MiCA na Europa

Coinbase vai remover stablecoins não compatíveis com o MiCA na Europa

O anúncio da exchange de criptomoedas acontece enquanto a União Europeia avança na implementação de controles mais rígidos sobre stablecoins
arte 3D mão segurando celular com criptomoedas

Saiba quais são as cinco criptomoedas que mais valorizaram em setembro

Com valorização acima dos 120%, o token da SUI é o grande destaque do mês de setembro