O compartilhamento de dados entre órgãos do governo ainda tem sido algo caro, burocrático e nem sempre tem sido eficaz. A solução apresentada por Gabriela Ruberg, chefe do escritório de governança da informação do Banco Central do Brasil (Bacen), foi o uso de uma Blockchain privada permissionada.
A executiva, que palestrou na manhã desta quinta-feira (18), no evento “Blockchain e a Transformação Digital” que aconteceu no Cenpes (Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello) no Rio de Janeiro, disse que não falava pelo Bacen e que relataria apenas a experiência que teve com a tecnologia disruptiva.
Ela apresentou o projeto Pier, uma plataforma de integração de entidades reguladoras, baseada numa blockchain permissionada.
Ruberg disse que o Banco Central compartilha informações com outros órgãos como a Susep e CVM (Comissão de Valores Mobiliários), além de outros. Ela relatou que há uma lei a qual não permite que órgãos públicos peçam a mesma informação que já estão sob o domínio do governo.
O problema, contudo, é que muitas vezes se cria um lago de dados pelo qual o órgão não tem conhecimento imediato sobre quais dados foram compartilhados e com quais outros órgãos esse compartilhamento ocorreu.
A chefe do escritório de governança da informação do Banco Central usou como exemplo a implementação da plataforma Olinda, que era centralizada e acabou sofrendo com essa limitação de lago de dados:
“As soluções centralizadas trazem problemas como alto custo do desenvolvimento. Para órgãos públicos isso é bem complicado também por causa da complexidade de atualização”.
Bacen e a saída pela descentralização
A solução foi a criação de uma plataforma descentralizada, pela qual entidades públicas podem compartilhar dados usando uma Blockchain permissionada.
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“Dentro de uma rede pode ter inclusive trocas entre apenas alguns participantes. Nela se tem o nome de quem pediu o quê”.
O Pier, que promete maior agilidade, autonomia e governança no compartilhamento de dados, ainda não foi implementado. Ruberg disse que na próxima semana haverá ainda uma reunião com alguns órgãos para traçar algumas definições.
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